Novo modelo de educação da Capital segue padrões mundiais de prevenção à criminalidade
Katiana Ramos
Investir em educação com propostas pedagógicas que respeitem as diferenças individuais e que promovam a cidadania e interação familiar para prevenir o envolvimento de crianças e adolescentes com a violência. Essas são as ideias apresentadas em um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com a análise, divulgada no último dia 8, as ações de segurança pública devem ser desenvolvidas em paralelo com investimentos na educação infantil e para os jovens. Em João Pessoa, as escolas da rede municipal executam projetos que incentivam a cidadania e também de reestruturação física das unidades educacionais.
Quando se fala em investimentos em educação, uma escola bem estruturada e que disponibilize metodologias atrativas são os pontos principais para a formação das crianças. Na Capital, de janeiro até agosto deste ano foram investidos R$ 296.120.165,93 em infraestrutura e manutenção de projetos e serviços nas unidades educacionais da rede municipal de ensino. Deste total, R$ 13.603.055,90 foram investidos em obras, como construção de escolas, Centros de Referência em Educação Infantil (Creis) e reforma e melhorias de unidades. Ainda do montante total, R$ 169.311.150,81 são oriundos de recursos próprios.
Entre as atividades realizadas nas escolas municipais da Capital estão as práticas extraclasse, como as oficinas de xadrez, robótica e leitura, desenvolvidas em todas as turmas, do 1º ao 9º ano. “Esses projetos ajudam as crianças e adolescentes a manter o foco nos estudos e ainda melhora o relacionamento deles no convívio escolar e, consequentemente, no meio em que vivem. Também temos parceria com outras instituições, como o Ministério Público Federal, onde procuramos resolver os conflitos que podem acontecer na escola dentro da própria escola”, explicou o diretor de gestão curricular da Sedec, Gilberto Cruz.
O autor do estudo, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Daniel Cerqueira, aponta os problemas comportamentais que podem afetar as crianças e influenciar negativamente no desenvolvimento destas no futuro, como práticas violentas, quando não há uma educação de qualidade.
O pesquisador defende como um caminho para prevenir o envolvimento dos jovens na criminalidade, o acesso a uma educação de qualidade. “Não se pode pensar em resolver o problema do crime prendendo e botando mais armas na rua quando, na verdade, é preciso investir na criança para que ela não seja o bandido de amanhã”, acrescentou Cerqueira.