Usuários da Saúde passam a comparecer mais às consultas e exames agendados
Thibério Rodrigues
Nos últimos dois meses, houve um aumento no número de usuários da Rede Municipal de Saúde que compareceram às consultas e aos exames marcados. Nos sete primeiros meses de 2016, a média registrada de absenteísmo, quando o usuário não comparece ao procedimento no dia agendado, é de 43%, enquanto nos cinco primeiros meses do mesmo ano a média era de 65%.
Porém, o número de pessoas que não têm comparecido aos exames e consultas ainda permanece alto e isso acaba afetando todos os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no município. Ao todo, foram marcados 949,1 mil procedimentos no período de janeiro até julho deste ano. Deste total, foram registradas 411,5 mil faltas.
Neste período, foram regulados 663.098 exames e, destes, os usuários faltaram a 343.331, o que representa mais da metade (51%) do total de exames marcados. Dentre os exames que apresentam maior índice de ausência predominam mamografias, radiografias e ultrassonografias.
No mesmo período, 286.025 consultas foram marcadas para especialistas, porém há o registro de 68.191 faltas. Ou seja, uma média de 24% dos usuários ainda não está comparecendo às consultas. As especialidades que registram mais faltas dos pacientes são: oftalmologia, cardiologia, dermatologia e ginecologia.
A diretora técnica do setor de regulação da SMS, Maria Hercília Araújo, explica que a média de ausência varia de cada mês, mas um dos fatores que podem ter contribuído para a redução nas faltas dos usuários é o aumento das ofertas de procedimentos. “Um ponto que pode ter influenciado é que tivemos a ampliação de algumas ofertas de maio a julho. Por exemplo, um exame que não tinha oferta e que nesse período passou a ter. Justamente, pela dificuldade da oferta, os usuários compareceram aos exames que tinham agendado”, explicou.
Porém, ela chama a atenção dos usuários do SUS que, mesmo com essa redução no absenteísmo, o número de faltas ainda é alto e dificulta o acesso de outros usuários ao sistema de saúde, acarretando aumento do prazo de espera para a realização de uma determinada consulta. “As vagas disponibilizadas deixam de atender a outros usuários que também aguardam pelos mesmos procedimentos”, afirmou.
Dessa forma, as faltas injustificadas de pacientes sem qualquer comunicação prévia em consultas ou exames agendados comprometem a eficiência do serviço, pois quando um procedimento é agendado, essa vaga fica bloqueada para atender ao agendamento daquele usuário e a rede deixa de garantir a assistência a outro usuário que teria disponibilidade para comparecer ao atendimento.
“É importante que no caso de previsão de falta ao procedimento, por quaisquer motivos que sejam, o mesmo contate a unidade de marcação para que a vaga seja cancelada e repassada para outro usuário, movimentando a fila de espera e reduzindo a demanda reprimida”, orientou a diretora técnica de regulação.
Regulação – Na Rede Municipal de Saúde, quase todos os procedimentos são regulados, com exceção das órteses e próteses. Atualmente, a rede de marcação de João Pessoa possui 128 marcadores nas unidades de saúde da família, além daqueles que estão nos distritos sanitários e nos hospitais.