Centro de Zoonoses intensifica ações de controle de morcegos em parceria com pesquisadores da UFPB

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O Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses (CVAZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) firmou uma parceria com pesquisadores do curso de Zoologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para intensificação das ações de controle de morcegos e da raiva animal.

A partir de agora, pesquisadores da UFPB e profissionais da CVAZ estarão estudando os morcegos que vivem nas áreas urbanas da Capital a fim de entender melhor como vivem os morcegos em áreas urbanas, qual o seu papel ecológico nesse ambiente e seu papel no ciclo urbano da raiva.

“Apesar da eficiência das campanhas de vacinação antirrábica, ainda surgem casos de raiva em humanos, e muitos desses casos acontecem devido ao contato do animal silvestre, como o morcego, com o animal doméstico, que consequentemente entrou em contato com o ser humano. Precisamos estudar esses animais para entender o motivo de ainda haver transmissão e como evitá-la de forma mais eficaz”, explica Emmanuel Messias Vilar, doutorando do curso de Zoologia da UFPB.

Para ampliar a investigação, foi criado um canal de notificação via ligação e aplicativo de mensagens para que a população possa notificar sobre abrigos de morcegos em residências ou eventuais problemas que os morcegos estejam causando. Além disso, os profissionais do Centro de Zoonoses e pesquisadores também estão trabalhando junto aos profissionais das Equipes de Saúde da Família, e Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica para orientações à população acerca do animal e demais investigações.

“Esse trabalho de pesquisa e controle é de extrema importância para o cuidado com a saúde pública, porém, precisamos da participação da população para que nos ajude a identificar os pontos onde esses morcegos estão. Vale destacar que o morcego é importante para o equilíbrio do ecossistema e a população não deve matá-lo nem tentar livrar-se dele”, ressalta o Gerente de Vigilância Ambiental e Zoonoses da SMS, Nilton Guedes.

Caso encontre um morcego caído no chão tentando voar, voando a luz do dia ou com qualquer comportamento suspeito, a população deve entrar em contato através dos números: 3218-9357 ou 99829-3935 (WhatsApp). A partir do contato da população, o grupo fará uma visita ao local indicado para coleta de dados, além de repassar as informações sobre cuidados e convívio com o animal.

Morcegos – Os morcegos são animais mamíferos e pertencem à ordem Chiroptera (Chiro = mão, ptera= asa). Por terem suas mãos transformadas em asas são os únicos mamíferos capazes de voar. Além da grande diversidade de espécies existentes no planeta (mais de 1.300), os morcegos possuem uma grande diversidade de hábitos alimentares e desta forma são extremamente importantes para o meio ambiente.

Existem morcegos que se alimentam de frutas (frugívoros), que atuam no reflorestamento de áreas degradadas, néctar (nectarívoros), atuam na polinização das flores, insetos (insetívoros), controlam pragas agrícolas, pequenos vertebrados (carnívoros), especializados em se alimentar de peixes (piscívoros) e sangue (hematófagos). Porém, das mais de 1.300 espécies de morcegos existentes no mundo, apenas três se alimentam de sangue.

Os morcegos utilizam uma grande variedade de estruturas como abrigo, que podem ser naturais (cavernas, oco de árvore, furnas, lajedo, copa das árvores) ou artificiais (forro, telhado, fosso de elevador, caixa d’agua). Ao se abrigarem em locais construídos pelo homem, as chances de contato dos morcegos com pessoas e animais doméstico é amplificada.

“Como qualquer mamífero, os morcegos podem adquirir o vírus da raiva e desta forma transmiti-lo para pessoas e outros animais. Por isso nunca se deve manipular ou tentar matar um morcego. Além de ser um crime ambiental, há um risco da pessoa ser mordida ou arranhada pelo morcego que tentará se defender”, explica Emmanuel Messias Vilar, pesquisador da UFPB.