Alunos da rede municipal se destacam no ensino da robótica e João Pessoa será o Brasil no Campeonato Mundial
O mundo está cada vez mais tecnológico. As máquinas estão por todos os lados, facilitando antigos trabalhos e criando novas profissões. Um cenário que também impõe um desafio a sociedade, que se vê num caminho sem volta de ter que acompanhar essa inovação. Em João Pessoa o estímulo a tecnologia acontece pela robótica, ensinada em 100% das escolas da Rede Municipal – os resultados positivos junto as crianças e os adolescentes comprovam que a Capital caminha na direção certa.
Em julho deste ano, João Pessoa será o Brasil no Campeonato Mundial de Robótica, que acontecerá em Sidney, na Austrália. A equipe formada por quatro alunos com idades entre 14 e 16 anos, das Escolas Municipais Duque de Caxias e Aníbal Moura, ganhou esse direito depois de sair vitoriosa do Campeonato Latino-americano de Robótica, disputado em João Pessoa. O evento será uma grande experiência de vida para os adolescentes e uma oportunidade para o mundo conhecer o potencial da robótica ensinada na Capital da Paraíba.
“A robótica proporciona uma transformação muito grande na vida dos alunos”, disse Sineide Andrade, que coordena a robótica na Rede Municipal de Ensino. O projeto funciona desde 2009, mas só na atual gestão atingiu 100% das escolas e recebeu investimento de meio milhão para aquisição de kits de robótica educacional, com sistema que proporciona um melhor desempenho em campeonatos, como também promove o estudo de temas relacionados à cidadania e ao desenvolvimento sustentável.
“Hoje em dia a tecnologia está em todo lugar e o projeto acaba sendo uma oportunidade de inserir os alunos nesse processo. Temos resultados muito satisfatórios, tanto em campeonatos como no aprendizado em sala de aula, com alunos se destacando, evoluindo também em outras disciplinas e em questão de comportamento”, ressalta Sineide Andrade.
A preparação para o Campeonato Mundial acontece na Escola Municipal Duque de Caxias, no bairro Costa e Silva, com encontros diários em dois turnos: à tarde é para acertar todos os detalhes do ‘Homem de Ferro’, nome do projeto que será apresentado na competição. Já durante à noite, os encontros são no Centro de Línguas Estrangeiras (Celest), da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), com objetivo de aprender o idioma inglês para apresentação no campeonato. A prefeitura também vai cobrir todos os custos da equipe com a viagem e estadia na Austrália.
Faltando dois meses para a competição, Williams Mendes dos Santos, que estuda robótica há quatro anos, diz que está confiante no potencial da equipe no mundial, mas a visão sobre a robótica é para a vida. “Nunca passou pela minha cabeça viajar para fora do Brasil para competir, vai ser uma experiência única pra mim. Eu também quero muito seguir carreira na área de eletrônica, programação”, afirmou.
Os passos do Williams na Austrália serão acompanhados de longe pela sua mãe, Joseane dos Santos, porque, de perto, ela é uma das principais incentivadoras. Acompanhando a preparação da equipe, ela fala com orgulho sobre a evolução do filho depois que entrou na robótica. “A parte da interação, ele era muito calado. Dentro de casa também vejo muitos avanços. Também estou feliz porque ele sempre quis participar da robótica e está conseguindo realizar todos os seus objetivos”, declarou a mãe orgulhosa.
Além de Williams, a equipe de João Pessoa que vai representar o Brasil no Campeonato Mundial de Robótica conta com Henrique Luiz da Silva Barbosa, Thalysson Alexandre da Silva e Stephanny Almeida Barrosa, além de Tiago Santos como monitor. “A gente percebe a evolução dos meninos, a visão de mundo no contexto onde estão inseridos. Acho que a robótica vai além da sala de aula, é algo que transforma vidas”, disse Tiago Santos.