Arboviroses transmitidas pelo Aedes têm sintomas semelhantes e produzem riscos à saúde

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D R T . R J .15855 Ivomar Gomes Pereira.

Dengue, Zika e Chikungunya são arboviroses, ou seja, seus vírus são transmitidos por picadas de insetos, especialmente mosquitos. Além de alguns sintomas semelhantes, essas doenças têm em comum o mesmo vetor de transmissão, o mosquito Aedes aegypti, que também é responsável por transmitir a febre amarela.

As doenças também podem causar o desenvolvimento de complicações neurológicas, como encefalites, Síndrome de Guillain Barré, choque hemorrágico e outras doenças neurológicas. Uma das principais complicações é a microcefalia em recém-nascidos de mães que adquiriram o Zika Vírus durante a gestação.

Como o vetor de transmissão é o mesmo, as formas de evitar contrair as doenças também. O Aedes precisa de água parada para proliferar, portanto, o período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, épocas quentes e úmidas. No entanto, o cuidado com a higiene e evitar deixar água parada são fundamentais, uma vez que os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as condições propícias para o seu desenvolvimento.

Latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, garrafas, caixas d’água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras precisam de atenção especial já que acumulam água com facilidade e ofertam um ambiente propício ao Aedes.

“É importante que as pessoas procurem averiguar em suas residências, locais de trabalho e de lazer tudo o que, por ventura, possa acumular água, seja um saco plástico, um descartável e tantos outros pontos que podem juntar água e virar foco do mosquito. Também é importantíssimo verificar as calhas ou qualquer depósito em cima das casas que possa acumular água”, orienta o gerente da Vigilância Ambiental e Zoonoses, Nilton Guedes.

Quem souber de localidades com possíveis focos do Aedes aegypti, pode denunciar por meio dos telefones 0800-282-7959 ou 3214-5718. Os usuários também podem fazer a denúncia através do email coessmsjp@gmail.com. Quem apresentar os sintomas de uma das doenças deve procurar sua Unidade de Saúde da Família. Em casos mais graves de dengue, é preciso ir a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Dengue – A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele.

Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.

Zika – Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos.

No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após três a sete dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito.

Chikungunya – Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.