Encontro Municipal de Valorização da Cultura Surda é realizado com professores e alunos

Por Alexandre Quintans - em 781

Em alusão ao Dia Nacional do Surdo, que é comemorado nesta quinta-feira (26), a Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec) realizou o IV Encontro Municipal de Valorização da Cultura Surda. O evento aconteceu no auditório do Centro Administrativo Municipal (CAM), em Água Fria, e reuniu os alunos e professores surdos, como também profissionais ouvintes que trabalham com Libras.

Ana Carolina tem 21 anos, faz o 9º ano e foi uma das participantes do evento. Ela estudava numa escola não inclusiva, mas conta que tudo mudou quando foi para a Escola Municipal Índio Piragibe. “Lá comecei a estudar libras e desenvolvi bastante, porque presto mais atenção nas aulas e entendo o conteúdo com mais clareza. Um evento como esse é muito importante para incentivar ainda mais a língua dos sinais nas escolas”, disse.

Se apresentaram durante o encontro, que foi organizado pela equipe da Coordenação de Educação Especial da Sedec, os alunos das Escolas de Tempo Integral Fenelon Câmara, Augusto dos Anjos e Castro Alves. Eles fizeram uma apresentação em Libras com a música ‘A diferença é o que nos une’.

“Este é um momento de comunicação entre ouvintes e surdos, para se conhecerem, fortalecer os vínculos, além de ser um momento de inclusão. Na rede temos 70 alunos surdos, em 18 escolas de Tempo Integral, que conseguem interagir e se comunicar com os alunos ouvintes”, disse a coordenadora da Educação Especial, Nathália Vieira.

Os alunos da Escola Municipal Castro Alves apresentaram, também em Libras, a música ‘Tum, tum, tum’, do cantor e compositor paraibano Jackson do Pandeiro. A Escola Municipal João Santa Cruz Oliveira coreografou a música ‘Sebastiana’, também de Jackson do Pandeiro, e fez ainda uma encenação de uma peça cujo título foi ‘Aprendendo a falar com as mãos’.

Aos 10 anos, Emmanuelly Dandara, estudante do 5º ano da Escola Municipal Francisco Edward de Aguiar, diz que houve um pouco de estranhamento quando os alunos surdos começaram a chegar na escola. “A gente não sabia como conversar, mas quando aprendi a língua de sinais, eu adorei. Agora posso conversar com meus amigos e eles me entenderem também”, diz ela.

No evento ainda teve a apresentação da Escola Municipal Celso Furtado falando, que abordou a origem da Libras no Brasil, literatura surda e o musical de Moana. A Escola Municipal lFrancisco Edward de Aguiar encenou também uma peça teatral em Libras.