SMS realiza exposição de arte de ex-paciente do CAPS AD III
“Aquele grito era meu”. Foi com um grito libertador que Elízia Rosa Corrêa da Silva começou sua caminhada para a recuperação. A peça intitulada O Grito é Meu reflete a constante superação da professora de ensino fundamental e técnica de enfermagem que luta há um ano e dois meses contra a dependência química. Agora Elízia monta sua primeira exposição no hall da Secretaria Municipal de Saúde, na Av. Júlia Freire, s/n, Torre. A abertura da exposição intitulada Um Reencontro com a Vida, acontece nessa segunda (14), às 10h.
A caminhada de Elízia começou no Centro Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III) do Rangel em João Pessoa. “Fui até lá buscar tratamento, mas, quando passava pela triagem, eu vi uma peça de papel machê e decidi que queria saber produzir uma peça como aquela”. A técnica para produção do papel machê envolve jornais e cola e permite uma visão tridimensional para as telas. O encantamento de Elízia pelas texturas e cores do papel machê a fizeram voltar para o CAPS AD III e tornou efetiva a busca dela pelo tratamento.
Neuri Mossmann, curador da exposição, comenta que a arte é realmente um dos meios de conquista do usuário de substâncias psicotrópicas. “A arte é um instrumento para o diálogo. Durante o processo criativo o usuário expressa seus anseios, desejos e angústias”, comenta Neuri. Segundo o curador, a arte canaliza e motiva para que o usuário continue se tratando. A hoje artista plástica, Elízia Rosa Corrêa, pretende trabalhar nas comunidades e escolas na prevenção ao uso de drogas.
O CAPS AD III – O serviço tem por finalidade acolher e cuidar de dependentes de substâncias psicoativas – álcool e outras drogas. Parte importante desse projeto terapêutico constitui-se de Oficinas de Artes que contribuem para a sensibilização e recuperação dos usuários. O processo de recuperação conta também com outras terapias ocupacionais e acompanhamento psicológico em grupo e individual.