Serviço de proteção social da PMJP muda vida de crianças e adolescentes

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“É importante contar com o apoio de pessoas que nos oferecem um futuro, acreditam em nós e nos fazem ter esperança e persistência.” A frase é de um dos adolescentes atendidos pelo Serviço de Acolhimento e Proteção Social e da Alta Complexidade da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). Segunda contou, com apenas 9 anos, ele fugiu da casa onde morava com o pai, na cidade de Itambé, divisa de Pernambuco com a Paraíba, e veio para João Pessoa, à procura da mãe.

Com histórico de rejeição familiar, ele passou a morar na rua, envolveu-se com drogas e, por meio do Conselho Tutelar Norte, foi encaminhado para a Casa de Acolhida Masculina e para uma clínica de recuperação de dependentes químicos, onde encontrou a atenção e o carinho que precisava para começar uma nova vida. Ao completar 18 anos, o adolescente conseguiu seu primeiro trabalho: um estágio no setor de Recursos Humanos da PMJP. Hoje, ele presta serviço em um almoxarifado da prefeitura.

Além desse adolescente, outros três jovens também atendidos pelos serviços de proteção social do governo municipal conseguiram espaço no mercado de trabalho e saíram do círculo de violência e insegurança que vivenciavam em suas próprias residências. “Temos muitos exemplos de superação, basta dar uma oportunidade”, disse a coordenadora de Proteção Social de Alta Complexidade da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), Rejane de Sousa.

Segundo Rejane, João Pessoa conta com cinco casas de acolhidas para crianças e adolescentes e uma para adultos em situação de rua. Nestes espaços, eles têm direito a todas as refeições, dormitório e segurança, ficando sob os cuidados de educadores sociais. “As casas de acolhida Morada do Betinho e Manaíra acolhem crianças e adolescentes que ou perderam o vínculo com a família biológica ou suas famílias se encontram em situação de alta vulnerabilidade, ficando inviabilizada a guarda dos filhos”, explicou.

Estrutura – A casa Lar Manaíra tem capacidade para atender 16 meninos e meninas, e a Morada do Betinho, 16 meninos. Os acolhidos frequentam a escola num período; no outro, participam de atividades da instituição pertinentes à vida de outras crianças, como serviços médicos, odontológicos, psicológicos, de esporte, pedagógicos, lazer e cultura.

A Sedes oferece também acolhimento emergencial para crianças, adolescentes e familiares que estejam em situação de risco social e pessoal, por meio de atendimento na Casa de Passagem. “Eles ficam lá por um período de 20 dias, durante os quais analisamos cada caso e vemos qual o atendimento que precisa ser realizado”, disse Rejane.

Em relação aos adultos, a prefeitura conta, desde 2007, com uma casa no bairro de Jaguaribe, onde são oferecidas proteção, alimentação e higienização. “Temos capacidade para acolher 30 pessoas que estejam nas ruas. Aqui, buscamos possibilidades para que eles voltem a se integrar à sociedade”, acrescentou.

Crianças e adolescentes com idade entre 3 e 17 anos, que sejam usuários de álcool e outras drogas ou apresentem transtorno mental, são acompanhados pelo Centro de Atenção Psicosocial (CapsI) Cirandar, que fica no bairro do Róger. Já os adultos são tratados nos Caps Gutemberg Botelho, em Tambauzinho, e Caminhar, nos Bancários.

Projetos – A rede de proteção social também é composta pelo Ruartes e pelo Consultório de Rua. Estes projetos funcionam como porta de entrada para os serviços de acolhimento, tratamentos odontológicos e clínicos, realização de exames, entre outros, oferecidos pela Prefeitura de João Pessoa.

O Ruartes utiliza uma linguagem artística para se aproximar das crianças, adolescentes e adultos que estejam nas ruas. “Depois da abordagem, é feito o encaminhamento, seja para um retorno à comunidade, seja para uma das unidades de acolhimento”, disse Rejane.

Segundo o coordenador do Ruartes, Benedito Carlos da Silva, a atuação do programa tem sido exitosa. Só este ano, segundo ele, foram realizadas cerca de 300 abordagens a pessoas em situação de rua e 60 buscas ativas, que é o encaminhamento para as casas de acolhida e para o atendimento psicossocial. “Nossa principal conquista é conseguir reintegrar estas pessoas em suas famílias”, afirmou o coordenador do Ruartes.