Amamentação e doação estimulam produção do leite materno

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Luís Sousa

Mazinho Gomes Fotografo DRT/RJ 15855

Mazinho Gomes Fotografo DRT/RJ 15855

O Banco de Leite Zilda Arns, do Instituto Cândida Vargas (ICV), está com estoque reduzido de leite materno, pois em períodos de férias e festividades as doações caem mais da metade. Além da redução da quantidade doada por mulheres cadastradas, o Banco de Leite também tem dificuldade para cadastrar novas doadoras e convoca mulheres que estejam amamentando e com bom estado de saúde, para que possam fazer doações à instituição.

“Muitas mulheres que estão amamentando seus bebês têm interesse em doar, mas acabam tendo muito medo da doação, pois acreditam que vai faltar o leite para o seu bebê. Elas precisam saber é que quanto mais ela estimular a mama, mais leite a mama irá produzir, ou seja, quanto mais o bebê for amamentado e quanto mais ela realizar a ordenha o leite do peito para doação, mais o organismo irá estimular a produção de leite. O leite não faltará”, explica Danielle Maciel, coordenadora do Banco de Leite Zilda Arns, do ICV.

Em meses como janeiro, fevereiro, junho e julho, o volume doado fica entre 30 e 40 litros por mês, enquanto nos outros meses do ano essa quantidade chega aos 70 litros mensais.

“Desde dezembro que o estoque cai bastante. E agora está bem precário. Esperamos que no começo de março comece a normalizar e siga assim até o final de maio, em junho e julho volta a cair e depois vai normalizando novamente. Como essa queda é comum em alguns períodos, nós já prevemos e guardando um pouco para esses períodos, mas o ideal seria conseguirmos manter o estoque o ano todo”, relatou a coordenadora.

O estoque do Banco de Leite atende prioritariamente os bebês prematuros, com baixo peso ou que possuem alguma patologia que impeça o recém-nascido de sugar o leite.

“No final do ano passado tivemos uma demanda maior devido aos bebes com microcefalia. Nós apoiamos a mãe para amamentar, mas os recém-nascidos prematuros às vezes têm dificuldade de sucção e então precisamos dar o leite do banco”, ressaltou Danielle.

Para doar – Toda mulher que amamenta pode ser doadora, desde que não possua nenhuma doença transmissível.

Para que a doação seja recolhida, as doadoras devem entrar em contato com o Banco de Leite Zilda Arns, localizado no Instituto Cândida Vargas (ICV), que enviará uma equipe especializada à casa da doadora para fazer o recolhimento da doação. O telefone para contato é o 3015-1555.

O leite deve ser retirado depois que o bebê mamar ou quando as mamas estiverem muito cheias. Após realizar a higiene das mãos, antebraços e seios, a mãe deve realizar uma massagem suave e circular nas mamas. Em seguida colocar os dedos polegar e indicador no local onde começa a aréola (parte escura da mama), firme os dedos e empurre para trás em direção ao corpo, comprimindo suavemente um dedo contra o outro, repetindo esse movimento várias vezes até o leite começar a sair. É preciso desprezar os primeiros jatos ou gotas e inicie a coleta no frasco.

Recipientes – O recipiente utilizado como embalagem para leite humano ordenhado deve ser de vidro, boca larga, tampa plástica rosqueável, com volume de 50 ml a 500 ml, como os vidros de café solúvel e maionese.

O Banco de Leite também recebe doação desses frascos. Basta a pessoa ligar para o Banco, no 3015-1555, ou levar no Instituto Cândida Vargas (ICV), na Avenida Coremas, no bairro de Jaguaribe.

Mães que trabalham – Um dos grandes problemas para as mães que amamentam é o momento de voltar ao trabalho. Para auxiliar as mulheres nesse momento, o Banco de Leite conta com um serviço de orientação e também realiza uma parceria com essas mães para que o leite do bebê seja estocado com segurança.

“O leite materno cru dura 15 dias no congelador, já o leite pasteurizado dura seis meses. Nós fazemos uma parceria dessa mãe que tem que voltar ao trabalho e pasteurizamos o leite dela. Por exemplo, se ela trouxer um litro de leite, nós pasteurizamos tudo, mas ficamos com 200 ml para o Banco e devolvemos 800 ml já pasteurizado. Recomendamos que as mulheres que precisam voltar ao trabalho já comecem a pensar em estocar esse leite. E com essa parceria ela ajuda a gente com uma parte do leite e a gente ajuda ela pasteurizando e dando segurança para que ela possa armazenar esse leite”, disse a coordenadora do Banco de Leite.