Atuação de doulas completa 2 anos em João Pessoa e já assistiu cerca de 600 mulheres

Por Hellen Nascimento - em 1785

Mais que assistir e humanizar um parto, atuar como doula é um ato de amor ao próximo. Neste sábado (4) completa 2 anos que a Lei 907/2015 foi sancionada pelo prefeito Luciano Cartaxo. Desde o início da implantação no município, aproximadamente 600 mulheres foram atendidas por doulas durante o parto.

A Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já formou 90 mulheres entre 2012 e 2015. Além destas 29 estão em formação.

A Lei permite a atuação de doulas, após solicitação da gestante, durante todo o período de gestação, acompanhamento de consultas e exames do pré-natal, trabalho de parto e pós-parto, que tenha sido solicitado pela gestante.

A prioridade é que elas atuem no Sistema Único de Saúde (SUS), entretanto, as doulas formadas podem exercer a atividade também na rede privada. Na rede pública municipal de saúde o hospital que disponibiliza a atuação das doulas em sua equipe multiprofissional é o Instituto Cândida Vargas (ICV).

De acordo a secretária de Políticas para as Mulheres, Lídia Moura, é necessário ressaltar que o parto humanizado é um direito tanto da mãe como do bebê. “Não entramos no mérito da Medicina. A doula não faz intervenção no atendimento do profissional de saúde. O papel dela é fazer o acolhimento dessa mãe, deixá-la o mais tranquila possível. É passar segurança, conforto e amor nesse momento tão importante. Na rede municipal de saúde, essa atividade é voluntária, portanto, só exerce quem ama mesmo”, destacou.

“Eu sempre fui encantada pelo momento da gravidez e do cuidado com as crianças. Cuidar das mulheres no período mais fantástico e desafiador da sua vida. É importante de ter uma doula nesse momento de fragilidade e transformação, de poder ser apoio, e muitas vezes defensora dos direitos das mulheres. Para mim, o que mais faz sentido é compreender meu papel no resgate histórico do cuidado coletivo entre as mulheres, acompanhando a evolução da sociedade, mas não me eximindo da missão de cuidar”, explicou a doula Ana Lúcia Sousa Pinto, que exerce a atividade desde 2013.

Já para a jornalista Lilian Pedreira, o papel da doula foi fundamental para ter um parto tranquilo e humanizado. “A melhor experiência que eu tive foi ter convivido com uma doula. Elas são muito humanizadas. Minha doula trabalhou muito a questão emocional, do diálogo, das transformações e aceitação do corpo. Sou jornalista e já havia feito matérias sobre isso, mas não tinha a dimensão de quanto é reconfortante ter uma doula assistindo não só na hora do parto, mas durante toda a gravidez. Eu atingi uma maturidade muito grande por conta da cumplicidade que a gente desenvolve com ela”, avaliou.

Atuação – A principal função das doulas é dar suporte físico e emocional à gestante em trabalho de parto. Doula não é parteira, não é enfermeira, nem substitui a presença do pai. Doula não faz qualquer tipo de procedimento invasivo como exame de toque ou administração de medicamentos.

No trabalho de parto a profissional ajuda à mulher a encontrar as posições mais favoráveis durante as contrações, faz massagens e compressas para aliviar a dor, ajuda o parceiro a se envolver e participar ativamente do parto e informa o casal sobre todos os procedimentos que estão sendo realizados, além de tranquilizar e acalmar a gestante.