Casa de Acolhida recebe idoso sem memória e busca paradeiro de familiares

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A Casa da Acolhida da Prefeitura Municipal de João Pessoa recebeu por volta das 0h35 desta terça-feira (30) o idoso Cosmo Sebastião da Silva, de 81 anos. Ele foi encaminhado para o local pela Polícia Militar, após ser encontrado nas imediações do bairro Costa e Silva, sem saber dizer onde morava, nem o nome dos familiares.

Segundo Soraya Macêdo, assistente social e coordenadora da Casa da Acolhida, ao chegar ao local, o senhor vestia uma camisa verde, sobreposta de uma camisa social cinza e uma calça social cinza. Com ele, havia um documento de identificação bastante danificado no qual constava o nome da mãe, Maria Pereira da Silva, a data de nascimento, 28 de agosto de 1930 e a naturalidade, João Pessoa.

A coordenadora falou que o senhor Cosmo foi acolhido na casa e está bem. “Ele chegou bem, apenas com o problema de memória. Fizemos o atendimento inicial de higienização e alimentação e depois ele foi descansar. Já pela manhã realizamos o processo de escuta social, para tentar saber de onde ele veio e como não conseguimos descobrir encaminhamos relatório ao Ministério Público.”, detalhou.

Agora, o objetivo é encontrar a família do referido idoso, de acordo com Soraya. “Se não conseguirmos encontrar a família dele devemos aguardar parecer do Ministério Público para dar encaminhamento ao caso. Provavelmente encaminha-lo para um abrigo de longa permanência”, afirmou.

Resgate da Cidadania – A Casa da Acolhida da PMJP funciona na Avenida Capitão José Américo, nº 25, no bairro de Jaguaribe e tem a capacidade para acolher 30 moradores de rua em situação de abandono. O objetivo principal, segundo Soraya Macêdo, é resgatar a autonomia e cidadania dessas pessoas, reinserindo-os de volta na sociedade.

“Abrigamos pessoas de 30 a 60 anos que vivem nas ruas em situação de abandono. A demanda acontece de forma espontânea e através do encaminhamento feito por outros órgãos, como hospitais, por exemplo. Nosso trabalho consiste em acolher de forma a prestar assistência quanto a higienização, alimentação e saúde e fazer os encaminhamentos para os tratamentos necessários, a fim de que essas pessoas possam voltar a ter autonomia e voltar a viver em sociedade”, explicou a coordenadora da Casa da Acolhida, que funciona há quatro anos e atende pessoas oriundas de todo o Estado da Paraíba.

Para Soraya Macêdo, conseguir que os casos evoluam de forma positiva é gratificante. “Recebemos muitos usuários de álcool e drogas, principalmente, além de pessoas com transtornos mentais. Já tivemos casos de dois acolhidos que hoje são nossos funcionários. Vê essas pessoas se resgatando é muito importante, porque se ele não quiser, ele não consegue, nós somos apenas o mediador”, contou.

Demanda – A coordenadora da Casa da Acolhida informou que a PMJP, através da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) planeja ampliar a rede de atendimento a essas pessoas.

De acordo com Soraya, durante a Conferência sobre Políticas Públicas de Assistência Social, realizado no início de agosto, foi proposta a construção de uma república para atender pessoas de 18 a 29 anos e um albergue para atender mais pessoas oriundas de todo o Estado.

“A nossa demanda é muito grande. Se tivéssemos 10 vagas por dia, essas vagas seriam preenchidas. Nós conseguimos atender a demanda por conta da rotatividade que existe na casa, já que após o acolhimento, nós procuramos dar os encaminhamentos necessários”, pontuou.