Cecaf comercializa 60 toneladas de alimentos por mês e inicia preparativos para Festival do Milho

Seu Francisco Guerra tem 77 anos e, há cerca de 55 anos, trabalha na agricultura, ofício que aprendeu ainda jovem, com seu avô e seu pai, no município de Natuba, há 129km de João Pessoa. Ele é um dos 134 agricultores familiares beneficiados pelo trabalho que a Prefeitura Municipal de João pessoa (PMJP) vem realizando na Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf), no bairro José Américo. No local, são comercializadas mais de 60 toneladas de alimentos por mês.

Assim como os demais produtores e produtoras da Cecaf, Seu Francisco encontrou no local o sustento mais sólido para sua família e a valorização do árduo trabalho na lida no campo.

“Era muito complicado passar a semana no plantio e ter que entregar minhas mercadorias aos atravessadores, porque eu não via lucro, era muito pouco, e hoje vendendo aqui a gente consegue ver nosso dinheirinho na hora, sem ter que pagar nada a ninguém”, destaca o agricultor que, toda quinta-feira sai de casa ainda de madrugada para arrumar sua mercadoria na Cecaf.

Seu Francisco comercializa no local desde a inauguração, em julho de 2015, e há cerca de dez anos descobriu os benefícios de plantar alimentos orgânicos. Ele faz parte dos 30% responsáveis pela produção orgânica no local. “Hoje, tudo que eu planto e vendo é sem agrotóxico, e o que mais o cliente procura na minha barraca é a uva, porque gosta da qualidade do produto e conhece a procedência”, ressalta.

Municípios contemplados – A Cecaf contempla 134 agricultores de 28 municípios do Estado. São trabalhadores rurais de João Pessoa, Mamanguape, Jacaraú, Fagundes, Puxinanã, Lucena, Pitimbu, Pedras de Fogo, Areia, Bananeiras, Baía da Traição, Itapororoca, Natuba, Remígio, Lagoa Seca, Pilar, Cruz do Espírito Santo, Mari, Monteiro, Conde, Alhandra, Caaporã, Rio Tinto, Itabaiana, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo e São Miguel de Taipu.

“A Cecaf é hoje, sem dúvidas, um palco de fomento à agricultura familiar no Estado e os bons resultados que conseguimos obter nela se deve ao esforço concentrado da gestão para seu pleno funcionamento”, ressalta o secretário de Desenvolvimento Urbano da Capital, João Furtado.

De acordo com a coordenação da Cecaf, são comercializadas mais de 60 toneladas de alimentos por mês. “Fazemos um acompanhamento minucioso da comercialização no local, e acredito que a organização da Cecaf e a qualidade dos produtos são os principais fatores dos bons resultados nas vendas”, destaca a coordenadora da Cecaf, Rogeany Gonçalves.

Preparativos – Com as proximidades dos festejos juninos, Seu Francisco já se prepara para mais uma edição do Festival do Milho da Cecaf. “Quem chegar aqui em dia de feira vai ver que sempre tenho milho, mas desde janeiro a gente reforçou o plantio para se preparar para o mês de junho, porque a procura é grande”, comemora Seu Francisco.

Tradicionalmente, desde a sua inauguração, o Festival do Milho da Cecaf fomenta a venda do produto a preços acessíveis. No ano passado, foram vendidas mais de 100 mil espigas de milho. Este ano, o evento deve acontecer na primeira quinzena de junho.

Quem também está empolgado com os festejos juninos é o agricultor José Ítalo ou, como gosta de ser chamado, “Ito”. Natural de Pitimbu, tem 45 anos e, desde os dez, trabalha no campo. Ito gostou das vendas no ano passado e espera superar a expectativa em 2018. “No ano passado, vendemos bem e estamos esperando vender mais de 300 mãos de milho este ano, porque o movimento é sempre bom no mês de junho e as chuvas dão mais ânimo pra gente”, comemora.

Variedade – Além de frutas e verduras, a feira da Cecaf conta com uma diversidade de produtos alimentícios, incluindo peixes, mariscos, aratu, camarão, goma, farinha de trigo, mandioca, coco ralado, leite e óleo de coco (100% naturais), queijos, manteiga, ovos, bolos entre outros.

A Cecaf conta também com cozinhas especializadas em comida regional e na culinária marítima. São comercializados a partir de R$5,00, pratos como bode, galinha de capoeira, carne guisada, risoto de marisco, caldinhos de camarão e caranguejo, camarão ao alho e óleo, entre outros.

Também é possível encontrar uma grande variedade de produtos de artesanato, como toalhas, panos de prato, bonecas, jogo americano, além de mudas de plantas. Tudo é comercializado a preços mais acessíveis à população.

Localização – A Central de Comercialização da Agricultura Familiar está localizada na Avenida Hilton Souto Maior, 1112, no bairro José Américo. Funciona às quintas-feiras e sábados, das 5h às 13h.