Cecaf transforma vida de agricultores de 28 municípios paraibanos

Por Andrezza Carla - em 1250

Há quase dois anos a Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf) vem modificando a vida de agricultores de 28 municípios do Estado. São trabalhadores rurais de João Pessoa, Mamanguape, Jacaraú, Fagundes, Puxinanã, Lucena, Pitimbu, Pedras de Fogo, Areia, Bananeiras, Baía da Traição, Itapororoca, Natuba, Remígio, Lagoa Seca, Pilar, Cruz do Espírito Santo, Mari, Monteiro, Conde, Alhandra, Caaporã, Rio Tinto, Itabaiana, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo e São Miguel de Taipu.

Produtores que, até então, repassavam suas mercadorias aos ‘atravessadores’ e não viam o retorno de seus esforços diários na vida do campo.  É o caso de Seu José Evaristo (78), que mora no Engenho Nova Vida, no município de Pitimbu. Ele comercializa na Cecaf desde a inauguração acompanhado da esposa, Dona Detinha, e juntos vivenciaram grandes benefícios com a chegada da Central.

“Graças a Deus nossa vida mudou muito! Antes eu trabalhava de sol a sol e não podia sequer pagar um trabalhador pra me ajudar na lida. Hoje eu consigo ter duas pessoas me ajudando e toda semana consigo ver o resultado do meu suor. Aqui a gente planta, colhe e vende. Antes era se matar de trabalhar, pra vender tudo pela metade do preço aos atravessadores”, afirma Seu Evaristo.

O grande diferencial da Cecaf é que apenas agricultores familiares podem comercializar no local. Para se cadastrar é necessário apresentar a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Além disso, 30% dos produtos comercializados na Central são orgânicos. Desde sua inauguração a coordenação realiza oficinas periódicas para incentivar os produtores no cultivo de agroecológicos.

Maria das Graças Ferreira da Silva (28) é agricultora e está na Cecaf desde o início. Para ela a organização da feira faz toda a diferença e, após as oficinas, começou a cultivar produtos orgânicos em sua horta. “Aqui é tudo limpinho e organizado, quando a gente chega cada um já sabe onde é o seu boxe, não precisa agonia pra pegar um lugar e quem vem comprar percebe isso”, diz a agricultora.

“Hoje todas as nossas verduras são orgânicas, aprendemos a cultivar sem o uso de veneno e o consumidor percebe a diferença na qualidade dos produtos”, reitera Maria das Graças.

Mas não foi só a vida dos agricultores que mudou com a chegada da Cecaf. Dona Francisca de Araújo Vieira (54) trabalhou mais de 15 anos cobrando entrada em banheiros particulares. Hoje ela cuida da organização da feira. “Venho pra cá todo dia feliz, porque faço o que eu gosto, lido mais de perto com as pessoas e garantindo que tudo esteja em ordem para os visitantes da feira. Aqui hoje é minha segunda casa e agradeço a Deus a oportunidade que me foi dada de fazer algo diferente”, afirma Dona Francisca.

A Cecaf – A Central está em funcionamento desde julho de 2015 e atualmente é coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb). Está localizada na Avenida Hilton Souto Maior, 1.112, no bairro José Américo.

A população pode encontrar produtos como raízes, hortaliças, frutas, legumes e pescado a preços mais acessíveis. Todos os alimentos comercializados no local são produzidos por agricultores familiares. Na Cecaf, também é possível encontrar produtos orgânicos e agroecológicos, além de artesanato. O espaço dispõe ainda de lanchonetes especializadas em frutos do mar e comidas regionais.