Crianças de seis até 11 meses, que viajarão para áreas de surto ativo, devem se vacinar contra o sarampo
Recentemente, o Ministério da Saúde (MS) acrescentou a vacinação contra o sarampo para crianças de seis meses até 11 meses e 29 dias que irão se deslocar para municípios que apresentam surto ativo da doença. Em João Pessoa, a dose zero em crianças para casos de viagem estará sendo ministrada no Centro Municipal de Imunização (CMI), antigo Lactário da Torre.
Segundo o MS, atualmente, 43 cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará se mantêm com surto ativo, ou seja, com crescimento do número de casos confirmados da doença. Para consultar as cidades em surto, o usuário pode ligar para o CMI no número 3214-7481.
De acordo com o chefe de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Fernando Virgolino, os pais e responsáveis devem ficar atentos e levar a criança para vacinar pelo menos 15 dias antes da data da viagem. Porem, a “dose zero” não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança.
“Ou seja, além dessa dose que está sendo aplicada por conta da viagem, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose) e aos 15 meses (2ª dose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral mais varicela. A vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente do planejamento de viagens para os locais com surto ativo do sarampo ou não”, explica Fernando Virgolino.
Ele orienta também que crianças e adultos em situação de atraso vacinal deverão procurar uma sala de vacina, distribuídas nos serviços da rede municipal, para atualizar o cartão de vacinação. “A vacina tríplice viral possui em sua composição três componentes altamente imunogênicos e eficazes, dando imunidade duradoura por toda a vida. A proteção inicia-se cerca de duas semanas após a vacinação e a soro conversão é em torno de 95%”, orien.
Tríplice Viral – A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) oferta a vacina tríplice viral que protege crianças e adultos contra o sarampo, caxumba e rubéola. A vacina é disponibilizada nas Salas de Vacinação, distribuídas nas Unidades de Saúde da Família (USF), nas Policlínicas Municipais e no Centro Municipal de Imunização.
Fernando Virgolino explica que a vacina deve ser ministrada em duas doses até 29 anos 11 meses e 29 dias de vida do cidadão. Caso a pessoa comprove as duas doses não é necessário tomar nenhuma a mais, já sendo considerada imunizada. Já para adultos com idade entre 30 a 49 anos 11 meses e 29 dias, basta uma dose da vacina para que seja considerado imunizado.
Já os profissionais da área de saúde, independente da idade, devem tomar duas doses para que seja imunizado. Caso comprove que as duas doses já tenham sido ministradas, não é necessário nenhuma outra. Em 2018, foram aplicadas 49.739 doses da Tríplice Viral. Já neste ano, até o mês de junho, já foram 4.782 doses aplicadas.
Doença em João Pessoa – O Brasil já foi considerado um país livre de Sarampo, mas recentemente perdeu o certificado devido ao surgimento de novos casos. Mesmo com alguns estados com surto da doença, a Gerência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que João Pessoa não teve casos confirmados de sarampo.
Seguindo o boletim epidemiológico, os últimos casos da doença registrados na Capital da Paraíba foram em 2010 e 2013. Mesmo assim, os cuidados com a saúde devem ser redobrados para evitar o contágio e a transmissão, e manter a caderneta de vacinação atualizada é a melhor forma de prevenção.
Sintomas – Os sintomas iniciais de sarampo são febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular, coriza e congestão nasal e mal estar intenso. Após estes sintomas, há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. São comuns lesões muito dolorosas na boca.
A doença pode ser grave, com acometimento do sistema nervoso central e pode complicar com infecções secundárias como pneumonia, podendo levar à morte. As complicações atingem mais gravemente os desnutridos, os recém-nascidos, as gestantes e as pessoas portadoras de imunodeficiências.
Transmissão – A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença. Além de secreções respiratórias ou da boca, também é possível se contaminar através da dispersão de gotículas com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados.
A doença é transmitida na fase em que a pessoa apresenta febre alta, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
Prevenção – A suscetibilidade ao vírus do sarampo é geral e a única forma de prevenção é a vacinação. Apenas os lactentes, cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas, possuem, temporariamente, anticorpos transmitidos pela placenta, que conferem imunidade geralmente ao longo do primeiro ano de vida (o que pode interferir na resposta à vacinação).