Cursos oferecidos pela PMJP incluem mulheres no mercado de trabalho

Por Fátima Sousa - em 1645

Sem oportunidade de encontrar trabalho no ramo da Biologia, curso que fez na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Renata Barbosa Felisberto, hoje se vira como exímia marceneira. Ela faz parte da legião de mulheres referenciadas nos cursos de capacitação profissional e formação social ofertados nas unidades de inclusão social e produtiva da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP).

A marcenaria, uma profissão que antes era privilégio apenas do sexo masculino, por exigir maior força bruta e braços fortes, hoje toma nova forma e dimensão com a introdução da habilidade e delicadeza das mãos femininas. Em João Pessoa, a Marcenaria Escola foi uma das pioneiras em aceitar a inscrição da mulher nas suas turmas de formação profissional.

Renata, que mora no bairro Valentina de Figueiredo, diz que está muito satisfeita com a nova profissão e pretende seguir com determinação. “Não me sinto discriminada, ao contrário, quero seguir a profissão enveredando pela arte marcenaria, criando e projetando coisas novas para o mercado de trabalho”, destaca.

Ela desenvolve o ofício de forma autônoma num espaço dentro da casa dos pais, mas tem novos sonhos. “A meta é montar a minha própria oficina e crescer dentro do que escolhi como profissão para o resto da vida”, confessa a jovem.

Renata Barbosa Felisberto fez o curso básico na Marcenaria Escola, uma das modalidades de inclusão social e produtiva desenvolvidas pela Secretaria de Desenvolvimento Social, através da Diretoria de Economia Solidária Segurança Alimentar e Nutricional (Dessan). A marcenaria oferece cursos anuais e forma uma média de 20 profissionais a cada curso.

Gastronomia Básica – A necessidade fez Betânia da Silva participar do Curso  de Gastronomia Básica, ofertado na Cozinha Comunitária do Timbó, nos Bancários.  A jovem não sabia que ia se sair tão bem pouco tempo depois do curso. De empregada doméstica, ela hoje trabalha de carteira assinada como auxiliar de cozinha no Restaurante DNA Naturais.

“Foi um salto grande na minha vida essa oportunidade. Trabalhava em casa de família e agora estou num local onde aprendo muito mais no dia a dia e tenho a chance de crescer. Quem sabe um dia vou colocar o meu próprio negócio”, almeja Betânia, que é mãe de quatro filhos. Ela diz que se sente muito satisfeita com o que faz agora. “Sempre gostei desse ramo de alimentos, me sinto realizada”, revela.

Corte e costura – Ana Lúcia Ferreira da Silva é artesã, ofício que descobriu no Pólo de Costura do Alto do Mateus, outra modalidade produtiva orientada pela Dessan. Ela inicialmente fez o curso de Corte e Costura em Malha. “Não conhecia nem a máquina industrial. Hoje sei cortar e costurar a malha, uma arte muito delicada. Também participei dos cursos de crochê e pintura em tecido, me sinto contemplada no momento”, diz a artesã.

Além de produzir e vender os produtos na própria casa, Ana também tem a oportunidade de expor a produção em feiras de artesanato organizadas pela PMJP e outros pontos de venda. “Me sinto muito bem hoje e útil. Aprendi nos cursos e venho me capacitando. Não vou parar, participo de grupo de produção, essa é minha vida agora”, destaca Ana, que é casada e mãe de três crianças. Para ela, o ofício garante uma grana extra na renda familiar.