Em parceria com a Saúde, CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio

Por Rebeka Paiva - em 1135

O mês de setembro trás à população uma alerta e reforça a discussão sobre um problema que preocupa bastante todos da área da saúde. É durante o ‘Setembro Amarelo’ o que são reforçadas as campanhas de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo de alertar a população sobre a realidade desse problema no País e suas formas de prevenção e quebrar tabus com relação ao tema.

 

Um dos principais mobilizadores da Campanha é o Centro de Valorização da Vida (CVV), uma associação civil sem fins lucrativos, que na Capital atua em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), prestando serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo.

 

“Ter com quem conversar é fundamental. A partir do momento em que uma pessoa, que está cheia de problemas, angustiada e não tem se sentido bem conversa com alguém, um conversa sigilosa e isenta de preconceitos, a tendência é que aquela pessoa melhore. Esse é o papel do CVV e de seus voluntários, ofertar um ‘ombro amigo’ uma escuta sem preconceitos e julgamentos, um apoio emocional a quem tanto está precisando”, explica a voluntária e porta voz do CVV João Pessoa, Aparecida Melo.

O CVV realiza atendimentos, através de voluntários, pelo telefone 141 (24 horas), pessoalmente ou pelo site www.cvv.org.br via chat, VoIP (Skype) e e-mail. Por ano, realiza mais de um milhão de atendimentos em todo o País. Aqui na Capital, o Centro realiza em torno de 450 e 600 atendimentos mensais.

Aparecida Melo reforça que o CVV não faz atendimentos contínuos, apenas conversas iniciais para minimizar possíveis consequências. “Atendemos quem nos liga, mas principalmente orientamos a busca do serviço médico especializado e onde encontrar na rede de saúde. Nós não somos especialistas da área, apenas voluntários dispostos a ajudar o próximo que está precisando”, ressalta.

Para quem está passando por uma situação delicada e pensando em tirar a própria vida, Aparecida deixa um recado: “É importante que você encontre alguém com quem conversar e não se deixe só. Caso você não tenha com quem conversar ou necessite de outras conversas, nós do CVV estamos à disposição para dar o apoio emocional que você precisa, estamos com o coração aberto para te ouvir e te ajudar”, conclui a voluntária.

Serviço – Em João Pessoa, o CVV fica localizado na Avenida Rui Barbosa, s/n, Torre, anexo ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O horário de atendimento é de segunda a sexta das 8h às 14h e diariamente, inclusive finais de semanas e feriados das 14h às 21h. Os contatos são: 3224-4111 e 141

Dados – Segundo estudo realizado pela Unicamp 17% dos brasileiros, em algum momento, pensou seriamente em por um fim na vida, e desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano pra isso. Pessoas de todas as idades e classes sociais cometem suicídio. A cada 40 segundos, uma pessoa se mata no mundo. Homens normalmente se matam mais, embora as mulheres tentem mais vezes. Homossexuais, bissexuais e transexuais têm índices maiores de suicídio, o que está ligado a causas culturais e preconceitos sociais. 90% dos suicídios podem ser prevenidos.

De acordo com a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio, erros e preconceitos vêm sendo historicamente repetidos, contribuindo para formação de um estigma em torno da doença mental e do comportamento suicida. O estigma resulta de um processo em que pessoas são levadas a se sentirem envergonhadas, excluídas e discriminadas.

Mitos sobre o suicídio

Mitos Verdades
O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio. FALSO. Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental o desejo de se matar desaparece.
Quando uma pessoa pensa em se suicidar terá risco de suicídio para o resto da vida. FALSO. O risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco.
As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção. FALSO. A maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar.
Se uma pessoa que se sentia deprimida e pensava em suicidar-se, em um momento seguinte passa a se sentir melhor, normalmente significa que o problema já passou. FALSO. Se alguém que pensava em suicidar-se e, de repente, parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já passou. Uma pessoa que decidiu suicidar-se pode sentir-se “melhor” ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a decisão de se matar.
Quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo. FALSO. Um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em alto risco.
Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco. FALSO. Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.
É proibido que a mídia aborde o tema suicídio. FALSO. A mídia tem obrigação social de tratar desse importante assunto de saúde pública e abordar esse tema de forma adequada. Isto não aumenta o risco de uma pessoa se matar; ao contrário, é fundamental dar informações à população sobre o problema, onde buscar ajuda etc.