Equipe do Ortotrauma é capacitada no atendimento à infecção generalizada

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palestraA infecção generalizada, conhecida cientificamente por sepse, é responsável por mais de 60% das mortes nos hospitais do Brasil. Na Paraíba, a situação também é preocupante. E de acordo com a presidente da Sociedade de Medicina Intensiva da Paraíba, a médica Fabiana Araújo, a forma mais eficiente de se combater a enfermidade é por meio de campanhas educativas voltadas para profissionais de saúde e a conscientização da população para não procurar atendimento médico tardio; e sim precocemente.

Segundo Fabiana Araújo, que também é diretora geral do Complexo Hospitalar de Mangabeira Tarcísio de Miranda Burity (Ortotrauma), pacientes que procuram uma unidade hospitalar em fase grave de sepse, as chances de recuperação deles são menores e as complicações maiores. “O quadro infeccioso pode chegar a tal gravidade, levando o paciente a ter insuficiência renal e respiratória, pressão arterial inaudível, entre outros sintomas”, destacou a médica, alertando que na situação de ‘choque’, para cada dois pacientes que são tratados com todas as condições clínicas e suporte médico, um deles provavelmente vai morrer.

Toda pessoa que trabalha com a saúde tem que saber reconhecer a sepse precocemente. No Ortotrauma de Mangabeira, os profissionais estão sendo capacitados, através de treinamentos e palestras educativas. “Queremos conscientizar os profissionais de saúde e a população. A sepse só vai ser combatida se a população tiver a conscientização que deve procurar um serviço de saúde precocemente”, comentou Fabiana.

palestra (4)No Ortotrauma, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagens, bioquímicos, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais participam ativamente das campanhas educativas sobre sepse. “A proposta é cada vez mais oferecer melhor assistência, potencializar nossos serviços, oferecendo educação continua e replicada aos profissionais de saúde, estendendo esse conhecimento à população”, destacou Fabiana Araújo, lembrando que 13 de setembro é a data em que se comemora o Dia Mundial contra Sepse.

Sepse – Atualmente, a sepse é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer. Pesquisas revelam que a mortalidade da sepse no Brasil é maior que a de países como Índia e a Argentina. A doença é a principal geradora de custos nos setores público e privado. Isto é devido a necessidade de utilizar equipamentos sofisticados, medicamentos caros e exigir muito trabalho da equipe médica.

Na sepse, a pressão arterial cai, provocando choque. Os principais órgãos, incluindo rins, fígado, pulmões e o sistema nervoso central, deixam de funcionar corretamente. Uma alteração no estado mental e a hiperventilação podem ser os primeiros sinais da doença.

Em geral, os sintomas podem incluir calafrios, confusão ou delírio, diminuição na excreção de urina, febre ou temperatura corporal baixa (hipotermia), vertigem devido à hipotensão, taquicardia, tremores, erupção cutânea e pele quente.

Workshop – Em agosto deste ano, foi realizado no Ortotrauma o primeiro workshop sobre sepse. A palestrante foi a diretora da unidade hospitalar, a médica Fabiana Fernandes. A segunda palestra, com o tema ‘Sepse, um desafio mundial’, foi ministrada pela coordenadora de infecção do Ortotrauma, a médica Ana Campanine. “A direção deste complexo hospitalar está de parabéns. Está oferecendo educação continuada e proporcionalizando a conscientização dos profissionais de saúde”, observou Campanine.

Fabiana Araújo lembra, que no Brasil, os melhores resultados obtidos com doenças como tuberculose e Aids vieram com as campanhas educativas. E esse exemplo deve ser aplicado com a sepse. Segundo ela, também é necessário que a população fique em alerta e ao perceber algum sintoma, as pessoas não devem se automedicarem em casa. “O que deve ser feito é procurar, imediatamente, um serviço de assistência à saúde”.