Escola Municipal de Artes oferece aulas de canto, teatro e artes visuais
Eliabe Castor
O canto grave e afinado revela o esforço de dois anos dedicados ao Coral Vozes da Infância. A voz que ressoa é de um aluno da Escola Municipal Apolônio Sales de Miranda, localizada em Cruz das Armas. Edson da Silva Araújo, 12 anos, cultiva o sonho de integrar uma companhia de música no futuro, não fazendo restrição qual seja. “O meu desejo é continuar no canto. Pretendo ser alguém na vida, e tenho certeza que vou encontrar este caminho na música”, profetizou o discente.
Este desejo é estendido a mais 19 estudantes que integrados ao Coral da Prefeitura Municipal de João Pessoa. Criado em 2010, ele já é uma marca no cenário artístico cultural pessoense e, este mês, passou a integrar à recém-criada Escola Municipal de Artes (EMA), que oferece, além do canto, aulas de teatro e artes visuais. Com 80 alunos, o implemento tem a intenção de contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos discentes, envolvendo-os em um cenário lúdico e educativo.
Os irmãos Thiago e Brenda Ferreira de Paiva também são alunos das Escolas das Artes estão dando os primeiros passos rumo ao palco. Eles estão matriculados nas aulas de teatro, e sonham em dividir o tablado, um dia, em apresentações artísticas. Ambos são alunos da escola Carlos Neves, no bairro José Américo, e têm, respectivamente, 10 e 12 anos.
A Escola funciona na Estação das Artes, anexo da Estação da Estação Cabo Branco, e tem como coordenadora a arte- educadora Amélia Nóbrega, que conta com cinco profissionais que lecionam as modalidades oferecidas. “Nós trabalhamos de forma integrada. Não há um setor isolado no projeto, que foi concebido a partir de um grupo de estudo (GT) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Nossa proposta não se baseia em oficinas e, sim, em níveis. O básico, intermediário e avançado”, explica.
Dentro do projeto, a psicóloga Liuba de Medeiros dá o aporte à equipe e aos discentes, observando que o acolhimento e a sensibilização voltada para os alunos contribuem de forma positiva na vida educacional, familiar e social de cada um. “Eles encontram um espaço onde há disciplina, sem imposição. Com isso, é gerado um amadurecimento nas relações entre todos nós”, salienta, observando que as crianças e adolescentes desfavorecidas encontram um norte nas artes.
O arte-educador, Alex Monteiro, professor de artes visuais, que orienta 18 alunos na sua disciplina explica como funciona o trabalho. “Trabalhamos em diversas formas, como escultura, pintura e fotografia. Nos exploramos todos os recursos, como linhas e volumes bidimensionais e tridimensionais”, relata. Ele ainda explicou que trabalha com um tema gerador em conformidade com as outras disciplinas oferecidas na Escola.
Com relação à música, a cantora e professora Soraia Bandeira relatou que seus alunos, antes de trabalharem com a voz, passam por aulas de canto e teoria musical, a fim de ler partituras, além de aprender a expressar e utilizar, de forma correta, o corpo, respiração e demais órgãos responsáveis pela vocalização. Só depois começam a trabalhar, de forma efetiva, a voz.
No teatro, estão à frente as atrizes Ingrid Trigueiro e Fabíola Morais. Elas falam da forma de expressão do corpo enquanto ferramenta educadora para a vida, deixando claro que, mesmo que o aluno não siga a carreira dos palcos, eles levarão importantes lições, como a sociabilidade e a confiança em si e no próximo. “Não invadimos os espaços do aluno nem dos colegas. Trabalhamos de forma interdisciplinar, sempre ouvindo todos, e isso faz render o projeto”, observa Ingrid Trigueiro.
Apoio da Estação das Artes – A coordenadora do projeto, Amélia Nóbrega, explicou que um dos fatores que possibilitaram a criação da Escola das Artes foi o apoio da diretora geral da Estação Cabo Branco, Mariana Góes, e sua adjunta, Lúcia França. “Definitivamente foi um apoio vital para o projeto, e agradeço a ambas pela sensibilidade e espaço cedido”, falou Amélia Nóbrega.
Antes da Escola das Artes ser efetivamente criada, havia apenas o coral, que ensaiava no Casarão 34, ligado à Prefeitura, e situado no Centro da cidade. Após os espaços cedidos, houve a possibilidade do projeto ser ampliado, observou Amélia Nóbrega, deixando claro que, no futuro, existe a possibilidade, por exemplo, de ser encenada uma peça de teatro envolvendo os alunos das três áreas: artes visuais, canto e o próprio teatro.
Ônibus para os alunos – Atualmente o projeto contempla alunos de seis escolas da rede municipal de ensino, disponibilizando dois ônibus para pegá-los e deixá-los nas suas unidades escolares. Com isso, há uma economia nas despesas de transporte, o que possibilita a inclusão dos discentes na Escola das Artes.
Acompanhamento escolar – Após uma avaliação ou teste de aptidão para frequentar a Escola Municipal das Artes, os responsáveis pelo projeto fazem um acompanhamento escolar de forma direta com a unidade de ensino do aluno. Com isso, há uma troca de informações entre a família do discente, o próprio aluno, professores e diretores das escolas contempladas com o projeto.
Existe uma proposta de expansão no número de meninos e adolescentes para frequentarem a Escola das Artes, que segue as diretrizes do Conselho de Educação Municipal e o Instituto IDEIA, cujo foco é o relacionamento com organismos e instituições nacionais e internacionais em educação.
Serviço:
Quem desejar participar do projeto deve entrar em contato com a Diretoria de Gestão Curricular (DGC), ligada à Secretaria Municipal de Educação, e agendar uma visita dos integrantes da EMA. Após a solicitação, haverá uma visita dos profissionais a fim de aplicar um processo seletivo entre os alunos interessados em teatro, artes visuais e o coral.
Número de vagas – A Escola das Artes oferece, semestralmente, 40 vagas para o teatro, 20 para artes visuais e 30 destinadas ao coral. Maiores informações pelo número: 8707-7006.