Estudantes de robótica da Rede Municipal de Ensino ganham bolsa do CNPq
Nayanne Nóbrega
Os estudantes de robótica da Rede Municipal de Ensino já conquistaram medalhas, troféus, estágios em empresa nacional e agora ganharam bolsa de estudo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Após participarem da Mostra Nacional de Robótica (MNR), quatro estudantes conquistam prêmio de motivação pela dedicação no desenvolvimento do projeto apresentado em novembro no ano passado, em Uberlândia, Minas Gerais.
Após concorrerem com 6 mil projetos no País, os jovens, Pedro Henrique Santos, Willian Rafael Martins, Júlio Ferreira e Lucas de Oliveira, estudantes da Escola Municipal Afonso Pereira da Silva, em Mangabeira VII, vão receber uma bolsa do CNPq, no valor de R$ 100, durante 10 meses. O ritmo de trabalho está acelerado já que este ano eles terão um novo desafio pela frente, a MNR que será realizada em Recife, no mês de novembro.
O estudante, Pedro Henrique, 15 anos, sonha com um futuro na robótica. “Lá em casa todo mundo ficou muito feliz com a bolsa e meu desempenho na robótica. Espero continuar crescendo e me tornar um profissional na área de Tecnologia da Informação. Quero ser professor assim como o meu e incentivar mais jovens”, disse. Ansioso, o adolescente declara que está contando os dias para a próxima competição. “É muito importante porque trocamos experiências, conhecemos novos lugares e aprendemos mais”, completou.
Assim como ele, Lucas de Oliveira é o orgulho da família. Com apenas 13 anos, filho de uma atendente de lanchonete e um guarda civil, o garoto tem grandes sonhos. “A bolsa é apenas o primeiro degrau e sei que com o estudo a gente pode crescer mais. Acredito que ser bolsista do CNPq será muito importante para meu futuro e abrirá muitas portas. Vou aproveitar o dinheiro da bolsa e investir em livros de robótica e estudar cada dia mais”, disse.
Exemplo – Os bolsistas, Willian Rafael e Júlio Ferreira incentivam os outros estudantes a seguir na robótica. “É uma forma divertida de aprender e por isso aconselho meus amigos a se dedicarem nos projetos que os frutos vêm com o tempo”, disse Júlio Ferreira. “Eu já acordo ansioso para chegar à escola e começar a mexer nos robôs. Estou mais disciplinado e tenho me dedicado nas outras disciplinas também”, revelou Willian Rafael, de 13 anos, filho de uma empregada doméstica e um pintor de automóveis. Ele é exemplo para os outros dois irmãos.
O professor Crismarkes Ferreira disse que o projeto Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, foi destaque na MNR. “Criamos sete robôs que retratavam a vida de Luiz Gonzaga e sua obra prima. Fizemos um trio de forró pé de serra, composto por robôs criados pelos próprios alunos e um parque temático. Quando o visitante se aproximava todos os robôs começavam a se movimentar, tocando e dançando”, explicou.
O primeiro passo para seleção da CNPq foi a elaboração de uma artigo científico que concorreu com mais de 6 mil projetos, desses 300 foram selecionados para a MNR. “Fomos avaliados por mais de 15 especialistas em robótica e os alunos passaram por entrevista de todas as etapas do projeto”, contou Crismarkes. O docente revelou ainda que a equipe trabalha agora no projeto “Artistas de Nossa Terra”, que será apresentado na MNR desse ano, na categoria Dança de Robôs.
Kits de robótica – Os inventos em robótica nas escolas da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) continuam sendo destaque. Atualmente, todas as 95 escolas municipais fazem uso de kits de robótica, que incluem os componentes de montagem de robôs, software amigável, material paradidático e capacitação de monitores, atingindo mais de 50 mil alunos.