Ginástica laboral previne doenças e melhora a produção do trabalhador

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Thibério Rodrigues

DR T . R J . 15855.

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A ginástica laboral proporciona diversos benefícios, tanto para o trabalhador quanto para a instituição empregadora, além de ser uma ferramenta importante para a prevenção de algumas doenças como as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).

Os profissionais especialistas em saúde do trabalhador apontam que a implementação da ginástica laboral no ambiente de trabalho apresenta inúmeros benefícios a médio e longo prazo, a exemplo de alívio de dores corporais, diminuição nos casos de LER e DORT, redução de faltas e, consequentemente, o aumento da produtividade.

De acordo com Kleber José, coordenador do Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) da Secretaria de Saúde (SMS) de João Pessoa, a organização do processo é determinante nas formas de adoecimento ou da promoção da saúde “na perspectiva da prevenção dos acidentes, doenças e agravos em decorrência do trabalho”, disse.

Sendo assim, a ginástica laboral é um trabalho que exige um profissional capacitado e com conhecimentos específicos sobre correção postural. “Os exercícios devem ser bem planejados, estruturados e específicos para cada posição de ocupação. Ela compreende exercícios de alongamento, fortalecimento muscular, coordenação motora e relaxamento”, observou Jorge Luiz Medeiros, fisioterapeuta do Cerest.

Celulares e computadores – Atualmente, os computadores e os aparelhos de celular são frequentemente utilizados nas rotinas de trabalho e o seu uso contínuo contribui para o desenvolvimento desses problemas de origem laboral.

“Uma digitação feita de forma excessiva associada a uma postura inadequada e ausência de pausas podem ocasionar numa sobrecarga e, consequentemente, problemas musculoesqueléticos e de fadiga”, explicou Jorge Luiz.

Outros prejuízos – Além das doenças ocupacionais, os profissionais citam outros fatores que trazem prejuízos, tanto para o trabalhador, quanto para a instituição quando não se pratica a ginástica laboral, tais como: afastamentos temporários do trabalho, aumento de gastos com serviços médicos, diminuição do desempenho dos trabalhadores e a redução da produtividade.

Exercícios – Os profissionais explicam que os exercícios são efetuados no próprio local de trabalho, com sessões de cinco, 10 ou 15 minutos, podendo ser divididos em três fases: preparatória, compensatória e relaxamento. “A fase preparatória tem a duração aproximada de 10 a 12 minutos. Inclui exercícios de coordenação, equilíbrio, concentração, flexibilidade e resistência muscular”, explicou Jorge Luiz.

A fase compensatória tem duração de cinco a 10 minutos durante a jornada de trabalho. “Sua principal finalidade é compensar todo e qualquer tipo de tensão muscular adquirido pelo uso excessivo ou inadequado das estruturas musculares”, disse o fisioterapeuta.

Já o relaxamento deve ser realizado no final da jornada de trabalho durante 10 ou 12 minutos. “Tem como objetivo a redução do estresse, alívio das tensões, redução dos índices de desavenças no trabalho e em casa, com a consequente melhora da função social”, afirmou.

Cerest – O Centro Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest) de João Pessoa tem a finalidade de apoiar a rede de saúde da Capital e mais 64 municípios para subsidiar nos processos de confirmação dos acidentes, doenças e agravos decorrentes do trabalho.

A porta de entrada do serviço é a Atenção Básica dos municípios. Em João Pessoa, os encaminhamentos se dão através das Unidades de Saúde da Família (USFs). Ao procurar o Cerest, o usuário deve apresentar exames e pareceres da equipe que o assiste na rede de saúde.

Ao recorrer ao Centro de Referência, uma equipe multiprofissional formada por médicos do trabalho, assistentes sociais, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos acolhe a demanda, realiza um estudo para comprovar se existe ou não uma relação entre a forma de adoecimento com o trabalho.