Instituto Cândida Vargas presta assistência a mulheres e adolescentes vítimas de violência sexual

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Thibério Rodrigues

 

A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria de Saúde (SMS), oferece assistência às mulheres e adolescentes a partir dos 12 anos de idade que sofreram violência sexual. O serviço de referência é o Instituto Cândida Vargas (ICV), no bairro de Jaguaribe, que anualmente atende uma média de 200 mulheres e adolescentes vítimas deste tipo de violência.

No serviço, o atendimento para este público é realizado por uma equipe multiprofissional formada por médico, enfermeiro, assistente social e psicólogo. Os primeiros cuidados dispensados às pacientes ao chegar a unidade visam evitar a gravidez indesejada e as doenças sexualmente transmissíveis.

De acordo com a coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher da SMS, Tânea Lucena, o atendimento deve ser realizado num período de até 72 horas depois de ocorrida a violência. “Após os primeiros atendimentos e cuidados específicos, as mulheres passam por um período de acompanhamento conforme a necessidade de cada caso”, explicou.

Tânea destaca, ainda, que as mulheres que sofrerem violência sexual podem procurar diretamente o ICV, mesmo sem antes ter passado por uma delegacia de polícia. “Muitas vezes elas já são encaminhadas ao serviço pela polícia, mas não precisam ir primeiro a uma delegacia”, afirmou.

Para as crianças abaixo dos 12 anos de idade que sofrerem algum tipo de violência sexual, o serviço de referência é o Hospital Arlinda Marques.

Dados – Segundo o Mapa da Violência 2015, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 23.630 atendimentos a mulheres vítimas de violência sexual em todo o país. O número representa 11,9% do total (198 mil) dos tipos de agressão dos quais a população feminina tem sido vítima, ficando abaixo apenas da física (48,7%) e psicológica (23%).

Em âmbito local, dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde mostram que mais de mil mulheres foram atendidas em João Pessoa em decorrência de violência sexual no período de 2011 até 2015, o que corresponde a uma média de 200 atendimentos ao ano por este tipo de crime.

Em relação aos números registrados em João Pessoa, a coordenadora de saúde da mulher da SMS orienta aos profissionais da rede que notificarem quando tiverem qualquer suspeita ou confirmação de violência às mulheres e adolescentes que chegarem aos serviços de saúde. “A notificação tem um papel estratégico no desencadeamento de ações de prevenção e proteção, além de ser fundamental na vigilância e no monitoramento da situação de saúde relacionada às violências”, afirmou Tânea Lucena.

Dia Nacional – No dia 10 de outubro é lembrado em todo o país como o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher. Esta data, no ano de 1980, foi marcada por um movimento que começou em São Paulo, quando mulheres reuniram-se nas escadarias do Teatro Municipal para protestar contra o aumento dos crimes de gênero no Brasil. A partir daí, a data faz parte do calendário das celebrações femininas no país.