João Pessoa registra redução de 30% nos casos de dengue
Segundo dados do Ministério da Saúde, só no primeiro bimestre do ano passado, houve uma redução significativa no número de casos de dengue no Brasil. Em 2013, na mesma época, foram registrados 29,6 mil casos. Já em 2014, o índice baixou para 7,9 mil.
A Capital paraibana também acompanhou essa melhoria no que se refere à redução de incidência de casos notificados. Segundo registro do Centro de Vigilância ambiental e Zoonoses (Cvaz), em 2014, foram notificados 2.331 casos que tinham possíveis sintomas da doença. O que demonstra uma redução de 30.19% comparando ao mesmo período do ano anterior, onde foram notificados 3.339 casos.
De acordo com o gerente de Vigilância Ambiental e Zoonoses, Nilton Guedes, durante o verão há fatores que facilitam a ploriferação do mosquito da dengue, uma vez que, nessa época, há um acúmulo de água parada por vários dias em ambientes descobertos. “É importante lembrar também que, com aumento de temperatura provocado pelo verão, o mosquito fica mais ativo”, afirmou o gerente.
Nesse sentido, buscando diminuir a incidência da dengue e outras doenças em João Pessoa, a Gerência de Vigilância Ambiental e Zoonoses realiza ações de intervenção e educação durante todo o ano.
“Nós fazemos visitas em domicílios frequentemente, ao ponto de uma mesma casa ser visitada quatro vezes durante o ano. Mas existem estabelecimentos que consideramos importantes as ações educativas e preventivas, como sucatas e borracharias. As ações são mais frequentes nesses ambientes devido os acúmulos de resíduos, e em alguns casos as visitas chegam a ser feitas quinzenalmente”, informou o gerente.
As atividades preventivas da gerencia também envolvem palestras em escolas e eventos de mobilização social em áreas onde são identificados altos índices de ocorrências.
O índice de transmissão da dengue é alto. Segundo Nilton, o ciclo de vida do inseto chega a durar em torno de 45 dias e um único mosquito pode infectar dezenas de pessoas. “Como ele possui hábito alimentar diurno, consegue alcançar pessoas enquanto estão realizando atividades, quando nos movimentamos, ele acaba saindo e tendo que picar outras pessoas”, informou.
Prevenção – Para auxiliar no combate ao mosquito Aedes Aegypti, a população deve tomar alguns cuidados. No que se refere ao lixo, os profissionais do CVAZ recomendam que os resíduos sejam colocados em sacos plásticos e manter a lixeira bem fechada, além de não deixá-los em terrenos baldios. Potes, copos e garrafas vazias, não devem ser deixados expostos em ambientes, pois possuem a capacidade de acumular água.
“Tudo isso é uma questão de educação, as pessoas precisam entender que cada um deve aprender a colocar aquilo que não lhe serve, no local apropriado”, enfatiza Nilton Guedes.
Quanto aos cuidados com e plantas, a recomendação é encher de areia o pratinho que cerca o vaso. Caso o usuário possua plantas aquáticas (que precisem estar em contato direto com a água) é preciso mudar o líquido do recipiente semanalmente, uma vez que, segundo o especialista Nilton Guedes, a fase aquática do mosquito dura uma semana.
Quando o assunto é caixa d’água e calhas, o gerente relata que é importante não deixar a água da chuva acumular e ficar atento a coisas que possam obstruir a passagem. A limpeza da caixa d’água deve acontecer a cada seis meses e envolve dois procedimentos: a retirada de resíduos e a desinfecção.
Outro vilão que contribui com o aumento do mosquito, segundo o especialista, é o pneu. “Nós vemos muitos casos de pessoas que trocam o pneu, e ao invés de deixá-lo na borracharia, acabam guardando-o no quintal, fazendo com que ele acumule água e se torne um local em potencial para o inseto, disse o gerente. “O usuário que perceber alguma larva do mosquito em seu ambiente doméstico, deve imediatamente pegar o conteúdo do recipiente e joga-lo em um local seco, em seguida lavar o recipiente”, completou.
Sintomas – Os primeiros sintomas da dengue surgem de oito a quinze dias após o contato. Dentre os principais estão: febre alta, dores musculares, dores atrás dos olhos e vermelhidão no corpo.
Tratamento- O tratamento é feito a partir dos sintomas apresentado em cada caso. As recomendações para usuários que se queixam desses sintomas é aumentar a oferta de líquidos e procurar a Unidade de Saúde mais próxima.
Ciclo de vida – O Aedes aegytpi prefere o ambiente úmido para colocar seus ovos, que podem sobreviver até 450 dias nesse local. Bastam alguns milímetros de água para eles eclodirem e, em uma semana, transformarem-se em mosquitos adultos. O ciclo de vida do mosquito é de 35 dias, mas o número de pessoas que ele pode infectar é ilimitado.
Disque Mosquito – Em caso de dúvida ou pedido de orientação sobre a prevenção e o combate, a população pode entrar em contato com o Disque Mosquito do Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses da SMS, pelo número 3214-5718.