Mãe Canguru estimula afetividade e desenvolvimento do bebê prematuro

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“É muito gostoso. Esse é meu primeiro neto e me sinto mãe novamente”, disse Francisca Marcolino da Silva, 42 anos, que acompanha a filha de 20 anos, que terá o primeiro Dia das Mães no próximo domingo e é uma das mulheres que deu à luz a um bebê prematuro no Instituto Cândida Vargas (ICV) e faz o Método Mãe Canguru.

Outra mãe que vive a mesma experiência é Maria Gorette Ribeiro da Silva, 37 anos, cujo quinto filho, um menino, nasceu no sétimo mês de gestação. “Para mim está sendo uma experiência nova ficar com ele junto do meu peito. Aumenta o afeto”, revelou.

Segundo uma das coordenadoras do Setor Método Canguru, Andréa Carla Almeida, o método foi implantado na maternidade há mais de dez anos e, além da afetividade, é eficaz na recuperação do bebê prematuro, estimula a amamentação e diminui o tempo de internação da criança prematura, risco de internação e alergia. Ela explicou que o processo tem quatro fases, que começam na UTI Neonatal. “Esse método se inicia desde a UTI Neonatal, quando os bebês, mesmo entubados, que não estejam em estágios tão críticos, já começam a ser colocados em contado com a mãe”, contou.

Quando saem da UTI, as crianças vão para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI). “Lá é dada continuidade ao método. As mães vão até a UCI, participam da alimentação e colocam os bebês na canguru até chegar o momento da alta médica e de serem encaminhados para a Enfermaria Canguru, que dispõem de 16 leitos”, detalhou Andréa Carla Almeida.

Na Enfermaria Canguru as mães ficam o máximo de tempo possível com os bebês prematuros em contato direto com a pele. “Aqui as mães começam a criar independência e são orientadas quanto aos cuidados com os bebês. A enfermaria é um preparo para a alta hospitalar, pois elas precisam estar seguras para cuidar dos filhos em casa”, explicou.

Mesmo recebendo alta hospitalar e deixando o ICV com peso ideal e aleitamento materno exclusivo, os bebês prematuros continuam recebendo acompanhamento, só que ambulatorial. “As mães são orientadas e devem voltar à Cândida Vargas três dias após a alta para a consulta com a pediatra canguru e, a partir daí, ficam vindo semanalmente para o acompanhamento da evolução clínica do bebê”, disse.

A coordenadora ressaltou que, com 30 dias, esses bebês também fazem consulta com oftalmologista para fazer o diagnóstico e tratamento da retinopatia da prematuridade, causada por terem ficado em UTI, entubados e recebendo oxigenoterapia. Os bebês ainda recebem acompanhamento cardiológico, fazem também Teste do Pezinho e Orelhinha.

Mais sobre o Método Canguru – É um tipo de assistência neonatal que implica em contato pele a pele precoce, entre a mãe e o recém-nascido de baixo peso, de forma crescente e pelo tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente, permitindo que os pais participem mais do cuidado ao bebê. A posição canguru, idealizada na Colômbia em 1979, consiste em manter o recém-nascido de baixo peso ligeiramente vestido na posição vertical contra o peito do adulto.