Maternidade Cândida Vargas é referência no teste do pezinho

Por - em 2807

Eliabe Castorfoto Ivomar Gomes Pereira; (9)

O choro do recém-nascido, uma picada no seu calcanhar, as primeiras lágrimas para a vida, seguida do sorriso da mãe. O que parece ser uma contradição entre dor e felicidade, na verdade é puro gesto de amor. Esse momento acontece quando a criança é submetida ao teste do pezinho, que se faz do terceiro ao quinto dia de vida.

A pediatra Juliana Soares, que atua na Maternidade Cândida Vargas, referência na Capital neste procedimento, informou que, em média, 320 intervenções são realizadas naquela unidade, explicando sua importância para o bebê. “A ideia é diagnosticar precocemente problemas que possam acarretar lesões cerebrais irreversíveis”, observou.

Juliana Soares informou que quatro doenças podem ser evitadas quando a criança é submetida ao teste do pezinho. “Com o procedimento, evitamos que seja desenvolvido no recém-nascido a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, a anemia falciforme e a fibrose cística. Clinicamente, os sintomas não aparecem nos primeiros dias de nascimento. Elas só se manifestam entre o quarto e quinto mês do bebê e o quadro é irreversível, daí a importância do procedimento da triagem. Do diagnóstico clínico a partir do teste”, salientou.

Seguindo o que determina o Sistema Único de Saúde, toda criança nascida na Cândida Vargas é submetida ao teste, também conhecido como triagem neonatal. A unidade, além de referência em João Pessoa, também recebe crianças da região metropolitana. A enfermeira Maria de Fátima, que atua no núcleo que executa o procedimento, disse que, embora os hospitais Edson Ramalho, Universitário (HU), e a maternidade Frei Damião disponibilizem o teste, “muitas mães se dirigem até nós. Recebemos, inclusive, pessoas que residem nas cidades circunvizinhas”, relatou.

O teste do pezinho é gratuito. Para que a criança possa ter acesso ao procedimento, os pais ou o responsável pelo recém-nascido deve apresentar o cartão SUS e certidão de nascimento. Em seguida, o sangue é coletado e enviado ao Laboratório Central do Estado (Lacem). Detectado alguma anomalia, os pais são convocados para realizar novos exames laboratoriais na criança. Confirmado, elas são encaminhadas para o hospital Arlinda Marques, na capital. Lá, os recém-nascidos são submetidos a um tratamento específico, pautando-se na enfermidade identificada.