Mostra Cultural incentiva inclusão social de crianças e adolescentes

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Incluir socialmente crianças e jovens entre sete e 16 anos é o principal objetivo da I Mostra Cultural do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) que foi aberta na tarde desta quarta-feira (14), na Estação Cabo Branco Ciência Cultura e Artes. O evento acontece até esta quinta-feira (15) e conta com apresentações de dança, teatro, coral, percussão, flauta, violão, além de exposição de trabalhos de artes visuais. A realização é da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).

Segundo o secretário da Sedes, Lau Siqueira, o trabalho no Peti é desenvolvido de forma permanente buscando dar visibilidade para um processo de cidadania com crianças e adolescentes a partir da arte e da cultura. “É preciso valorizar a formação da identidade cultural deles. As atividades acontecem cotidianamente nos bairros, nos 27 núcleos existentes, e temos que mostrar esse trabalho para a cidade. Essa mostra renova o processo artístico e fortalece a identidade cultural paraibana e nordestina”, frisou.

Ele também destacou que o programa tem sido vitorioso em diversos aspectos. “Estamos conseguindo colher resultados interessantes, como alunos que hoje já estão na universidade. O nosso principal objetivo é trabalhar a erradicação do trabalho infantil, mas também combater outros males, como por exemplo, o acesso às drogas. O Peti também se revela como ensino em tempo integral, já que as crianças quando não estão na escola, estão no horário oposto desempenhando alguma atividade, como forma complementar”, revelou.

A estudante Flávia Alicia, de 13 anos, é consciente de que as atividades realizadas através do Peti são importantes para a sua vida pessoal e, futuramente, profissional. “Através do programa, aprendo a dançar, atuar, tocar instrumentos musicais, entre outras coisas. Essa mostra está sendo especial, porque trabalhamos o ano inteiro e ensaiamos muito para mostrar o nosso trabalho para o público, o que é muito gratificante”, disse.

Daniele Fiel, de 14 anos, sonha em montar uma banda de rock profissional e atuar em grandes peças teatrais. Por enquanto, ela vai adquirindo experiência dia-a-dia e o conhecimento de que necessita para conseguir alcançar o que deseja. “A cada atividade desempenhada, é um novo aprendizado. Com o Peti tenho a oportunidade de mostrar o meu trabalho até em outras cidades. Sem falar nos certificados que recebo pelas oficinas que participo, muito importantes para o meu futuro”, contou.

Apresentações e Exposição – Ao todo 12 grupos apresentam espetáculos de dança e teatro durante os dois dias da Mostra Cultural do Peti. Na música, grupos de percussão, flauta e canto se uniram para apresentar um show exaltando o trabalho de artistas e compositores paraibanos como Adeildo Vieira, Dida Fialho, Miltons Dornelas, Pedro Osmar e Antonio Barros e Cecéu. As apresentações acontecem no auditório da Estação Cabo Branco.

A exposição “Navegar é preciso, Reciclar é possível”, do artista plástico está sendo realizada no segundo piso do local. Ela retrata embarcações militares produzidas por crianças e adolescentes do Peti Mussumagro. Também estão sendo expostas telas produzidas na oficina de artes plásticas do Peti bairro São José, dentre outros trabalhos desenvolvidos pelos estudantes de diversos núcleos.

Peti – O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil atende jovens de 7 a 16 anos em 27 núcleos espalhados pelos bairros de João Pessoa com o objetivo de transformar a vida das crianças e adolescentes, incluí-los socialmente, resgatar a auto-estima e despertar a consciência crítica.

A coordenadora Catarina Arruda afirmou que são desenvolvidas, em horário oposto as aulas da escola, atividades sócio-educativas de forma lúdica. “Precisamos desenvolver diferentes habilidades nesses jovens. Através das atividades de música, teatro, dança e artes em geral eles desenvolvem a atenção, coordenação motora, memória, entre outras”, citou.

O programa é um importante instrumento de integração entre os colegas e a comunidade. Existe diariamente uma busca efetiva pelos educadores para formar grupos nos núcleos, principalmente nas localidades onde se concentra um número maior de crianças trabalhando, de acordo com Lau Siqueira. “As crianças, portanto, são seduzidas a largar o trabalho infantil e participar das atividades do Peti. Os resultados são positivos. Muitos deles hoje já estão na universidade e conseguiram desenvolver outras atividades a partir dos conhecimentos adquiridos no programa”, afirmou.