No Dia das Mães, servidoras da Prefeitura de Municipal de João Pessoa relatam vivência no trabalho na linha de frente ao combate à Covid-19

Por Hellen Nascimento - em 797

Fortes, guerreiras, corajosas, cuidadosas, heroínas. Essas qualidades, hoje, mais do que nunca, fazem todo sentido quando associadas à palavra: mãe. São milhares de profissionais que trabalham fora e estão atuando na linha de frente da Covid-19. Assim também tem sido a rotina das servidoras da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) que prestam serviços em áreas essenciais.

Mesmo com a necessidade de isolamento social decretado em João Pessoa por conta da pandemia do novo Coronavírus, algumas dessas mães precisam sair da segurança de seus lares porque atuam em áreas que prestam serviços essenciais como saúde, segurança e educação. Mulheres que saem de casa, deixando seus filhos aos cuidados de avós, vizinhos e demais cuidadores, pra dedicar-se a outras pessoas, inclusive crianças.

É o caso da subinspetora e coordenadora da Ronda Maria da Penha da Guarda Civil Municipal de João Pessoa (GCM-JP), Lindinalva Pereira Dias, que revela como tem sido difícil trabalhar nesse período, mas que sabe da importância que seu trabalho tem para sociedade em geral.

“Trabalhar nesse período de pandemia tem sido muito difícil, pois tenho um filho de 3 anos. Meu esposo é policial militar e só tenho minha mãe de 67 anos para cuidar dele. Apesar de minha mãe ser do grupo de risco e ter uma saúde frágil, infelizmente não tem com que eu deixar meu filho. Me protejo o máximo que posso, porém quando deixei de lecionar para fazer o concurso da Guarda Municipal sabia que teria que estar pronta para uma situação de combate a qualquer momento”, afirmou Lindinalva.

Já a enfermeira e diretora geral do Hospital Municipal Valentina (HMV), Ana Carolina Estrela Cartaxo, relata que ao ser informada que o local seria referência para atendimentos de casos suspeitos e confirmados da Covid-19, se sentiu impactada, assustada, porém motivada.

“Fui tomada por sentimentos de insegurança, incertezas e medo. Foram momentos de stress, desespero, pânico, choro, afastamento de profissionais, porém acho que o instinto materno fez surgir à coragem para seguir. As informações que tínhamos sobre a Covid-19 era algo avassalador, aterrorizador com base nas notícias dos outros países, por isso era urgente,  se adequar para atender essa demanda, através de capacitação e ampliação das equipes, aquisição de EPI’s, equipamentos, adequação da estrutura física e o fluxo interno, para enfrentar esse pandemia”, relatou.

Ana Carolina ainda afirma que decidiu morar temporariamente sozinha para proteger e resguardar a saúde de sua família, incluindo os filhos Arthur, 7 anos e Miguel, 3 anos. “Foram dias difíceis, marcados pela angústia, solidão, medo, saudade. A comunicação era por áudio e vídeo. Vivenciei um verdadeiro dilema, conciliar a vida familiar e a profissional, o risco de ser infectada e transmitir para meu marido e meus filhos. Mas apesar de tudo, penso que o paciente poderia ser um dos meus filhos, então procuro sempre dar o melhor de mim como profissional”.

Destaque nacional – A cozinheira do Centro de Referência em Educação Infantil (Crei) Teresinha Batista, no bairro do Cristo, Maria Goreti Soares também tem trabalhando durante o isolamento social. Ela faz parte de uma iniciativa da prefeitura que foi destaque nacional onde crianças matriculadas nas 32 escolas de tempo integral e nas 85 creches continuam recebendo alimentação, mesmo com a suspensão temporária das aulas por conta do Coronavírus. Dessa forma, a prefeitura está garantindo a refeição diária para os 23 mil alunos acolhidos nessas unidades de ensino.

“Eu trabalho com amor. Hoje mesmo, 87 crianças receberam sua marmita pra comer em casa com tudo que têm direito. Nós tomamos todos os cuidados de higiene para nossa própria segurança e a dos alunos, mas é muito bom a gente fazer o bem, ajudar as pessoas e trabalhar com alegria. Tenho 3 filhos, e como mãe, eu sei o quanto é importante a gente ver nossos filhos bem e com saúde. Tudo isso vai passar, se Deus quiser, mas enquanto isso estamos aqui para o que precisar”, garantiu Maria Goreti.