Ortotrauma oferece atendimento de urgência e emergência em saúde mental

Por - em 4589

O Complexo Hospitalar Mangabeira Governador Tarcísio Burity (Ortotrauma), por meio do Pronto Atendimento em Saúde Mental (Pasm), atende a uma média de 800 pacientes por mês. O acolhimento é ofertado não somente a pacientes de João Pessoa, mas também de Bayeux, Santa Rita e Cabedelo. Quando chegam ao local, todos estão em sofrimento psíquico agudo.

Segundo o coordenador médico do Pasm, Arlindo Félix da Costa Neto, os atendimentos mais frequentes no Pasm são surtos psicóticos, uso compulsivo ou abstinência de álcool e outras drogas, ideação e tentativa de suicídio, ansiedade e depressão agudas. Depois de liberado, o paciente é encaminhado aos serviços especializados em saúde mental do município, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Ao ser levado ao Pasm, o paciente é atendido por uma equipe multiprofissional formada por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e psiquiatras. Cerca de 70 profissionais fixos atuam no local. “Nosso objetivo inicial é estabilizar a crise do paciente por meio de uma escuta qualificada”, disse.

O serviço, que existe há quatro anos, funciona 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados. Além de contar com equipe própria, o Pasm também recebe apoio de outros profissionais do Ortotrauma, como farmacêuticos e nutricionistas, entre outras especialidades médicas.

Sofrimento psíquico – No Ortotrauma, a Linha de Cuidado ao Sofrimento Psíquico prevê articulações com os demais serviços da área – inclusive com os substitutivos de Saúde Mental e os Caps. O hospital também faz parte do colegiado em Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

No cuidado aos pacientes em sofrimento psíquico, o Pasm promove encontros com as equipes multiprofissionais, no intuito de integrar cada vez mais os serviços, e realiza interlocução com as linhas de cuidado e as unidades funcionais do Complexo. “Queremos promover a continuidade da assistência e a efetivação de uma política humanizada no ambiente hospitalar”, salientou a coordenadora da Linha de Cuidado ao Sofrimento Psíquico do Ortotrauma, Mariângela Aciole.

O Pasm é o responsável técnico por todos os psicólogos do Ortotrauma, bem como pela garantia da compreensão de que a pessoa que adoece possui uma subjetividade e questões sócio-familiares que lhe são particulares, as quais podem interferir no processo saúde-doença. “Por isso é importante uma ampliação do olhar das equipes para que exista uma consonância entre as necessidades do usuário e a assistência prestada”, acrescentou.

De acordo com ela, o Pasm também atende a outros pacientes do próprio hospital. No entanto, pacientes de cidades que não sejam as já citadas nesta matéria devem ser encaminhados para o Pronto Atendimento do Complexo Juliano Moreira, em João Pessoa.

Inauguração e proposta – Inaugurado em agosto de 2008, o Pasm foi criado em consonância com a Política Nacional de Saúde Mental, com base no modelo da Reforma Psiquiátrica, na Luta Antimanicomial, na Política Nacional de Atenção as Urgências e na atual Portaria 3.088/2011, que instituiu a Rede de Atenção Psicossocial.

Ao atender o usuário em sofrimento psíquico agudo/grave, o pronto atendimento evita as internações em hospitais psiquiátricos, consideradas desnecessárias. “O Pasm também regula os leitos em hospitais psiquiátricos de João Pessoa, sendo a porta de entrada da atenção a este tipo de crise”, explicou Arlindo Félix.

O local possui atualmente duas enfermarias, com oito leitos de observação, sendo quatro femininos e quatro masculinos, com um prazo de permanência de 72 horas para cada indivíduo. Funciona na perspectiva do trabalho em rede, acolhendo, avaliando e (re) encaminhando os usuários para os demais serviços da rede de Saúde Mental (Caps, USFs, Cais e hospitais psiquiátricos).

O Pasm também realiza interconsultas psiquiátricas nas demais clínicas do Ortotrauma, além de promover assistência integral ao usuário com a retaguarda das demais áreas especializadas da unidade de saúde.