Ortotrauma realiza I Seminário em Saúde Mental relacionado ao trabalho
O Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio de Miranda Burity (Ortotrauma) realizou nesta quinta-feira (18) o I Seminário em Saúde Mental relacionado ao trabalho. Por meio de palestras e dinâmicas em grupo, foram abordados temas como emergência psiquiátrica, ansiedade, depressão, psicofobia, síndrome do pânico e transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
A coordenadora de Psicologia e gestora do Programa de Saúde Mental do Trabalhador, Ana Nery de Medeiros, ressalta que, além do cuidado com o paciente, é preciso trabalhar o cuidado ao profissional e como ele se relaciona com o paciente com transtorno mental.
“Precisamos identificar a ansiedade nos nossos colaboradores, desconstruir preconceitos e buscar a harmonia na assistência em saúde mental. Se um paciente psiquiátrico sofre um traumatismo, ele será atendido na urgência, como qualquer outro. Portanto, a equipe de saúde precisa ter o melhor preparo possível para fazer o acolhimento”, explica a psicóloga.
A diretora-geral do Complexo Hospitalar de Mangabeira, Fabiana Araújo, destaca o trabalho do Pronto Atendimento em Saúde Mental (PASM), que funciona na unidade. “A equipe realiza um trabalho exemplar e que deve ser replicado. É um serviço de urgências psiquiátricas que é referência não só em João Pessoa, mas no País”.
O PASM realiza uma média de 20 atendimentos ao dia. O tempo de permanência máximo do paciente é de 72h, mas são feitas avaliações constantes quanto ao seu quadro, a partir do momento da admissão. O ingresso ao PASM pode ser feito por demanda espontânea do paciente ou da família e por meio do Samu.
A equipe do PASM é composta por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e técnicos, e pessoal de apoio. “Como é um serviço de urgência, o objetivo é estabilizar o paciente e encaminhar a outros estabelecimentos de saúde, como os CAPS”, explica o coordenador do PASM, Jaceguai Martins Filho.
Psicofobia – O preconceito e o estigma ao paciente psiquiátrico caracterizam a psicofobia. O tema foi trabalhado pelo psiquiatra Arlindo Neto e pela psicóloga Guiomar Ferreira, ambos do PASM. Ele afirma que a desinformação, a exclusão a falta de diagnóstico prejudicam a condição do paciente com transtornos mentais. “Na psiquiatria, o diagnóstico de um problema mental é algo que exige investigação, uma avaliação complexa do paciente”, frisa o médico.
A psicóloga exemplifica casos de pacientes que chegam à urgência do Ortotrauma com taquicardia, mas que na verdade é um sintoma decorrente de sofrimento emocional. “O sintoma é psicológico, então, é aí que entra o trabalho da equipe multidisciplinar em perceber este paciente”.
Ansiedade – A palestra da psicóloga Shimena Crisanto abordou a ansiedade como algo que pode ou não ser um problema. “Sentir ansiedade é normal em situações de estresse, mas isto se torna um problema quando interfere na vida do indivíduo, quando causa um medo e insegurança constante. Isto pode começar como um problema na infância, que é desencadeado por questões como o estilo de vida”, aponta a profissional.