Ortotrauma realiza I Simpósio sobre Emergências Psiquiátricas
O Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio de Miranda Burity (Ortotrauma) realiza, neste sábado (16), a partir das 9h, o I Simpósio sobre Emergências Psiquiátricas, na sala multiprofissional do Pronto Atendimento de Saúde Mental (PASM). O evento é alusivo à campanha Setembro Amarelo na unidade hospitalar, que coloca em evidência a necessidade de prevenção do suicídio.
O coordenador do PASM, Jaceguai Martins, fala sobre a importância da discussão do tema na sociedade. “Precisamos falar a respeito do suicídio, embora seja um assunto que as pessoas temem. Precisamos cuidar de quem está sofrendo e esconde. Quem perceber um comportamento suspeito, precisa saber procurar ajuda, e a Prefeitura de João Pessoa dispõe desta estrutura para trabalhar na prevenção das patologias ligadas ao suicídio”.
Jaceguai Martins explica que o suicida pode dar sinais de que vai tentar um ato contra sua vida. “O quadro vem de um caso depressivo, e a pessoa vai sinalizando, demonstrando perda de interesse na vida, ou no trabalho, por exemplo. Fala sobre divisão de bens, indicando que algo vai acontecer com ela. Quando é alguém que faz um tratamento, isto é trazido a nós pela família ou verificado na consulta com o próprio paciente. A partir daí fazemos um trabalho terapêutico e medicamentoso”, diz o psiquiatra.
Segundo ele, há também os casos de impulsividade. No PASM, os casos mais comuns de tentativa de suicídio ocorrem quando o indivíduo ingere medicamentos em excesso, tenta se enforcar ou se automutila com o objetivo de haver perda de sangue e de falecer.
Simpósio – o I Simpósio sobre Emergências Psiquiátricas do Complexo Hospitalar de Mangabeira é aberto a médicos, residentes, familiares de pacientes, pacientes egressos e estudantes. “É importante a presença da família porque ela é o suporte na recuperação do paciente psiquiátrico. A estrutura familiar é de extrema importância e precisa ser cuidada para aguentar todo o transtorno da situação”, destaca o coordenador do PASM.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Alfredo Minervino fará a abertura do evento. Em seguida, haverá um debate sobre a situação das emergências psiquiátricas no Nordeste, com a participação do presidente da Associação Paraibana de Psiquiatria (APP), José Brasileiro Dourado, e dos psiquiatras do PASM, Rivando Rodrigues e Roberto dos Santos.
Ainda haverá três palestras de psiquiatras do PASM sobre o comportamento suicida no serviço de emergência psiquiátrica, sob a coordenação de Jaceguai Martins. As palestras são: A magnitude do suicídio – epidemiologia e fatores de risco, de Ricardo Henrique Araújo; Como abordar o paciente com intencionalidade suicida, de Arlindo Félix; e Conduta terapêutica do paciente deprimido na emergência, de Emanuelle Lopes.
PASM – o Pronto Atendimento de Saúde Mental atende casos de ideação suicida, distúrbios psiquiátricos em fase aguda, descompensação dos tratamentos psiquiátricos e aparecimento de sintomas patológicos agudos. O PASM é o único serviço municipal na Paraíba e também atende a região metropolitana da Capital.
O paciente é avaliado por uma equipe multiprofissional, começando pela psicologia, serviço social e enfermagem. Havendo necessidade, o paciente recebe o atendimento médico, que vai avaliar se ele vai ficar em observação. O tempo de internação é de 72h, que corresponde a um período de referência para que o paciente fique em observação.
Já estabilizado, o paciente é encaminhado para a rede de saúde mental, ou seja, os Centros de Atenção Psicossocial ou os Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) para tratamento. Se a situação não for resolvida após a internação, o paciente é regulado para um hospital psiquiátrico credenciado pelo SUS.