Pacientes com dificuldade de locomoção recebem tratamento domiciliar

Por - em 2300

DOs usuários da rede municipal de saúde que possuem dificuldade física de locomoção e necessitam de acompanhamento profissional contínuo podem contar com o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD). O serviço busca levar até o paciente um atendimento mais humanizado e já atendeu aproximadamente 1,2 mil pessoas, desde que foi criado, há dois anos.

O serviço oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de João Pessoa (PMJP) segue as diretrizes do programa Melhor em Casa, criado no ano passado pelo Ministério da Saúde, que também tem o objetivo de atender pacientes com dificuldades de locomoção, com o intuito de melhorar a qualidade de vida de quem está utilizando

Para cuidar de pessoas que precisam ser atendidas em casa devido ao seu estado de saúde, o SAD conta com o trabalho de 80 profissionais que se dividem em sete equipes básicas (formada por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos em enfermagem) e quatro equipes de apoio (formada por fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais).

De acordo com a coordenadora do serviço, Soledade Torreão, o SAD proporciona a reabilitação ao paciente. “Nós fazemos o tratamento visando não apenas a melhora física da pessoa, mas proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente e seus familiares”, afirmou.

Rafael Medeiros, que também coordena o SAD, explica que a frequência de atendimentos se dará de acordo com o grau de necessidade de cada paciente, acontecendo geralmente uma vez por semana. Segundo ele, os casos atendidos variam desde pacientes com sequelas de acidente de trânsito, que estão acamados, até casos mais graves.

“Existe uma alta incidência de patologias do sistema neurológico como acidente vascular encefálico (AVE), trauma raquimedular, politrauma e outras patologias como alzheimer, parkinson, esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, entre outras. Além disso, temos grande quantidade de pacientes com demandas por curativos especiais”, afirmou Rafael.

O coordenador o serviço destaca que, além de proporcionar um tratamento mais célere, o SAD ajuda a diminuir as demandas para os hospitais. “O atendimento em casa evita que o paciente tenha contato com outras doenças e ainda economiza nas despesas públicas com o tratamento do enfermo quando comparado ao custo se o mesmo estivesse internado”, ressaltou. De acordo com ele, a média de permanência dos usuários no serviço é de três a seis meses.

Atendimento – Para ter acesso ao SAD, o usuário deve procurar o seu agente comunitário de saúde (ACS) ou a unidade de saúde de família (USF) mais próxima de sua residência para que sejam realizados os primeiros atendimentos e o encaminhamento ao serviço domiciliar do programa. Os atendimentos são programados pela equipe junto com o paciente.

Para ser incluído no programa é necessário estar acamado, ter um cuidador permanente, possuir o cartão Sistema Único de Saúde (SUS) e ser residente do município de João Pessoa. Mensalmente, as equipes do SAD realizam cerca de 300 atendimentos.D

Cuidado com o paciente e o cuidador – Moradora do bairro do Cristo Redentor, a servidora pública Marilene foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) ocorrido em abril do ano passado e recebeu o atendimento do SAD para o seu tratamento. “Num domingo à noite, eu estava em pé, após ter ido à casa do filho do meu marido, eu senti o meu lado esquerdo ficando torto. Percebi também que a minha pressão estava alta. Nesse momento, fui levada a um hospital, onde fiquei internada por 22 dias”, contou.

Após ter alta, ela passou a receber os cuidados da USF do bairro que constatou a sua limitação de mobilidade e encaminhou o seu caso para o SAD. Ela conta que recebeu os cuidados da equipe por três meses e relata que o serviço foi fundamental para o seu progresso. Atualmente, ela está sendo acompanhada pelo Centro Integral à Saúde (Cais), localizado no bairro onde mora.

“Eu recebi um tratamento que não é todo plano de saúde que oferece. A equipe veio completa para mim. Veio uma fonoaudióloga; que ajudou a recuperar minha voz, porque eu fiquei com um desvio na boca e por isso não falava direito. Uma nutricionista me auxiliou na alimentação, além de fisioterapeuta, médico e enfermeira. Todos eles cuidaram de mim com amor”, lembrou.

A médica do serviço, Leônia Lima, destaca que o trabalho do SAD é um benefício não somente para o paciente, mas também para o cuidador. “O atendimento residencial no tratamento é uma coisa muito cômoda, tanto para o paciente que continua no seu ambiente natural, como também para o seu cuidador, que nesse caso foi um familiar, para que não precise sair da sua rotina para dá assistência”, afirmou.

Lúcia Fidellis é cuidadora de sua mãe, Júlia, de 88 anos, vítima de AVC e portadora do mal de Alzheimer. Ela recebe os cuidados de uma equipe do SAD desde 2012. “Eu conheci o serviço por meio de uma agente de saúde, que viu a situação da minha mãe e me explicou como receber o atendimento. Se não fosse isso, minha situação estaria complicada”, disse a filha e cuidadora.

Serviço de Atenção Domiciliar (SAD):

Endereço: Rua Deputado José Mariz, n°599 Tambauzinho.

Telefone: 3214-7146