PMJP ajuda jovens dançarinos a realizar sonho no Ballet Bolshoi

Por Max Oliveira - em 1558

Gabriel Morais de Souza começou a andar com um ano de vida – um  tempo considerado médio entre as crianças. No entanto, com uma pequena diferença, lembra a mãe: “Ele caminhava na ponta dos pés”, recorda a dona de casa Maria Santana, que desde aquele momento não tinha dúvida de que aquela peculiaridade poderia ser um sinal de que o destino reservava um lugar para o seu filho no mundo da dança. O apoio da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), tem sido fundamental para Gabriel e mais outros adolescentes, ex-alunos da rede municipal de ensino da Capital, que têm suas estadias e estudos em Joinville financiados , com valor de 1 mil mensais para ajudar com as despesas.

Para se certificar de que não havia nada de errado com a postura do filho, a mãe ainda procurou um ortopedista, que descartando qualquer imperfeição, recomendou que o garoto até praticasse algum esporte. “No futebol não deu certo, já que ele corria mais do que a bola”, brinca dona Maria Santana, que ainda colocou o filho no hip-hop e em outras atividades até chegar no ballet.

“No começo foi na escola, mas para melhorar a postura. Quando ele tinha 11 anos foi que entrou em uma escola de dança. Como ele foi se destacando, a professora aconselhou que eu procurasse um lugar especializado, que tivesse condições de aproveitar a técnica dele, e recomendou que eu o inscrevesse no Bolshoi, devido ao talento diferenciado do Gabriel”, explica.

A partir do conselho da professora e confiando na intuição de mãe, dona Maria Santana não mediu esforços para realizar o sonho do filho, que aquela altura já falava em se tornar dançarino profissional. Aos 13 anos Gabriel Morais entrou para o Ballet de Bolshoi. Hoje ele está com 17, e a dois de concluir sua formatura na renomada companhia russa, cuja filial funciona em Joinvile, Santa Catarina.

“Não foi fácil chegar até aqui. Quando o Gabriel entrou para a companhia eu tive que pedir demissão do meu emprego para acompanhar ele em Joinvile. Não fosse a ajuda da minha mãe e da Prefeitura de João Pessoa, que fornece patrocínio ao meu filho, nada disso teria acontecido”, desabafa dona Maria Santana.

“O ballet é tudo na minha vida”, afirma Gabriel Morais. “Quero concluir meu curso no Bolshoi para seguir carreira, ou na própria companhia ou em outra escola de dança fora do Brasil. Caso contrário, quero ser professor, já que a formatura no Bolshoi permite que eu possa exercer a função em qualquer lugar”, explicou Gabriel Morais.

Outros talentos – Ednaldo Santos, 14 anos, está no Ballet Bolshoi desde os 12. A expectativa é de que, assim como o Gabriel, ele se forme em dança clássica e contemporânea aos 18 anos. Até lá ele segue sua rotina de ensaios e exercícios, combinando com os estudos. Em Joinvile o jovem mora com a sua mãe e com uma “mãe social”, uma pessoa selecionada pela Escola do Ballet Bolshoi para acompanhá-lo. Neste caso, o patrocínio da Prefeitura de João Pessoa é creditado para as mães adotivas, que oferecem estadia para os alunos.

“É difícil sair de casa para morar num lugar distante, mas a gente faz esse esforço em nome da realização de um sonho. E o apoio que nos estamos tendo da Prefeitura de João Pessoa está ajudando muito nesse sentido. Apesar de ter alguns anos pela frente, tenho planos de seguir carreira como dançarino profissional”, afirmou.

Quem já ensaia com a possibilidade de ser dançarina de uma grande companhia é Maria Luiza, 19 anos, recém formada pelo Ballet Bolshoi. Durante seis anos a jovem passou por todas as etapas do curso – ensaios, avaliações, apresentações em festivais, que lhe garantiram aprendizado de vida e capacitação profissional. Em casa, junto da família, ela estuda alguns convites para atuar como dançarina.

“Foi uma experiência incrível e que nunca mais eu vou esquecer. Quero agora dar sequencia a essa história retribuindo todo o apoio que recebi enquanto estive no Ballet Bolshoi. Já recebi alguns convites, fiz alguns contatos e estou vendo a possibilidade de atuar como professora de dança também, disse Ana Luíza.