PMJP capacita profissionais em Libras para melhorar atendimento a usuários surdos

Por Thadeu Rodrigues - em 861

O projeto Mãos que Multiplicam Saúde já capacitou mais de 200 profissionais na Língua Brasileira de Sinais (Libras), facilitando a comunicação e o atendimento de usuários surdos nos serviços de saúde da Prefeitura Municipal de João Pessoa. A capacitação começou ainda em 2014 e abrange as unidades de baixa, média e alta complexidade.

“Nosso objetivo é proporcionar aos usuários que sejam atendidos na língua deles. Iniciamos a capacitação nos serviços de urgência e emergência, depois passamos para as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e agora estamos focados nas Unidades de Saúde da Família (USF), na atenção básica”, conta uma das capacitadoras, Rosângela Lima.

Ela afirma que há uma democratização nas capacitações dos profissionais. “Os participantes são de diversas áreas. Temos recepcionistas, diretores das unidades, enfermeiros, médicos e fonoaudiólogos, entre outros”.

Conforme Rosângela Lima, em cada Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) – Cristo, Jaguaribe e Mangabeira – há um intérprete para atender os usuários surdos e acompanhá-los quando precisam de atendimento em outras unidades.

“Com a capacitação, aumentamos o número de profissionais habilitados a prestarem o atendimento em saúde sem a necessidade do intérprete. Eles fazem o acolhimento, a triagem e o atendimento em si, se comunicando em Libras”, destaca a capacitadora.

Na enfermagem – Um exemplo destes profissionais é a enfermeira da UPA Cruz das Armas, Késsya Gomes, que participou do curso de Libras no final do ano passado. “Quando comecei a trabalhar na UPA, me dei conta de que havia esta demanda dos usuários surdos. Antes do curso, eu me comunicava com eles por gestos e mímicas, o que atrasava o atendimento, mas após a capacitação tudo melhorou”, conta ela.

Késsya Gomes trabalhava na classificação de risco, que é o segundo passo para o atendimento dos usuários, que começa na recepção. “Nossa recepcionista também foi capacitada, então conseguimos fazer os devidos questionamentos aos pacientes, em Libras, como perguntar se têm diabetes alergias ou pressão alta, por exemplo, e compreender as respostas”, afirma a enfermeira, que também dá um apoio aos profissionais não capacitados em Libras.

Capacitação – O curso tem a duração de 30 horas-aula, divididas em 15 encontros. De acordo com Rosângela Lima, são abordadas questões como legislações referentes ao tema, cultura e identidade das pessoas com surdez.  “Nós trazemos usuários para contribuir com o curso, participando de simulações do atendimento com o profissional. Além disto, eles fazem apresentações musicais ou teatrais para incrementar o curso”, frisa ela.