PMJP monitora qualidade da água para consumo e preserva rios da Capital

Por - em 1031

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) instituiu 2013 como o Ano Internacional de Cooperação pela Água. Nesta sexta-feira (22), quando se celebra o Dia Mundial da Água, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) tem muito a comemorar – e também a realizar – no sentido de recuperar os rios e monitorar a água consumida na Capital.

As secretarias municipais de Saúde (SMS) e de Meio Ambiente (Semam) trabalham pela água de João Pessoa em duas frentes: monitoramento da qualidade da água que a população consome, realizado por uma equipe da Vigilância Ambiental da SMS; e proteção das nascentes dos 19 rios e bacias hidrográficas que cortam a cidade, por técnicos da Semam.

Por mês, a Coordenação de Fatores Não Biológicos da Vigilância Ambiental (Vigilância da Água) realiza uma média de 50 análises físico-químicas e microbiológicas da água potável em João Pessoa. As amostras são coletadas primeiro em bairros onde falta água com muita constância; depois, em comunidades abastecidas por soluções alternativas (como poços); e, por fim, nos locais atendidos pelo sistema de abastecimento regular (que são a maioria).

Coliformes – A análise das amostras de água é realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), do Governo do Estado, que fornece os frascos de recolhimento. O resultado sai em uma semana.

A coleta é feita por um agente de Saúde, com uso de luvas e máscara. Antes, o agente limpa a torneira com álcool a 70% e deixa a água escorrer por alguns segundos, até recolhê-la em uma bolsa de plástico aberta somente na hora da coleta. Depois, a amostra é acondicionada em caixa isotérmica, com gelo reciclável e de forma adequada, para que não ocorram perdas durante o transporte.

Água potável – Para servir ao consumo humano, a água precisa ser potável – ou seja, deve atender aos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos previstos na Portaria 2914/2011, do Ministério da Saúde, de maneira que não ofereça riscos à saúde.

Segundo Ivanete, a maioria das doenças transmitidas pela água é causada por micro-organismos presentes em reservatórios de água doce contaminados por fezes humanas ou de animais. “A água contaminada pode provocar doenças como diarreia infecciosa, cólera, leptospirose, hapetite e esquistossomose”, ressaltou.

A transmissão do agente infeccioso por meio da água pode ocorrer pela ingestão, pelo contato com a pele durante o banho, na preparação de alimentos ou pelo consumo de alimentos lavados com água infectada. O consumo de água contaminada por substâncias químicas, como chumbo, arsênico e flúor, também pode levar a doenças.

Bacia hidrográfica – Com área de quase 212 km², segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010), o município de João Pessoa, como toda região costeira da Paraíba, encontra-se dentro do domínio de Mata Atlântica, uma área tropical privilegiada pelos recursos hídricos.  Dos rios locais, o Jaguaribe, o Gramame, o Cuiá, o Aratu, o Sanhauá, o Jacarapé e o Cabelo são considerados os sete principais do município, sendo a bacia do rio Gramame uma das mais importantes, pois é responsável pelo abastecimento de 60% da água consumida pela população da área urbana da grande João Pessoa.

Para preservar a qualidade da água e garantir a sobrevivência dos rios, a Semam tem promovido uma série de ações, como o cercamento das áreas verdes onde estão as nascentes, o replantio na margem dos rios, reconfigurando a mata ciliar, e a ainda fiscalização, para coibir desmatamento e ocupação irregular. Para o secretário de Meio Ambiente, Edilton Nóbrega, é um esforço cotidiano. “A qualidade da água que abastece nossas casas depende dos rios, que também são responsáveis por manter o clima da cidade mais ameno e servem ainda de refúgio para a fauna silvestre nas matas ciliares, como também possibilitam a sobrevivência das populações ribeirinhas”, disse.

O diretor da Divisão de Estudos e Pesquisas Ambientais da Semam, geógrafo Euzivan Lemos Alves, lembra que, em área urbana, é preciso ter uma proteção das nascentes num raio de até 50 metros. “São espaços onde não se pode construir nem promover ocupação. As ações da Semam para preservação das nascentes fazem parte da estratégia de manutenção do fluxo dos rios”, concluiu.

Preservação – Historicamente, o homem sempre se estabeleceu em locais próximos a rios e mares, para garantir o sustento por meio da pesca e da agricultura. Com o passar dos anos, essa fonte de vida passou a ser poluída e desperdiçada. Por esse motivo, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial da Água, com o objetivo de chamar a atenção da população para a preservação desse bem.

A preocupação surgiu a partir dos grandes índices de poluição ambiental registrados no planeta, envolvendo a qualidade da água que consumimos. A ONU elaborou um documento com medidas cautelosas a favor desse bem natural, que também consta de informações para garantir a cultura de preservação ambiental e a consciência ecológica em relação à água.

Consumo consciente de água

  • Não jogar lixo nos rios e lagos;
  • Economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc);
  • Reutilizar a água sempre que for possível;
  • Respeitar as regiões de mananciais e divulgar ideias ecológicas entre amigos, parentes e outras pessoas;
  • Não jogar óleo de fritura pelo ralo da pia (além de correr o risco de entupir o encanamento da residência, esta prática polui os rios e dificulta o tratamento da água);
  • Usar vassoura para varrer o chão, e não a água da mangueira;
  • Lavar o carro com balde.