PMJP promove inclusão em sala de aula com alunos surdos e ouvintes

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O dia a dia em sala de aula de Maria Joelly, aluna do 3º ano, ganhou mais vitalidade depois que ela começou a estudar na escola municipal Índio Piragibe, em Mangabeira, onde conta com um intérprete que auxilia na comunicação e no aprendizado das disciplinas. A garota integra o time dos 46 estudantes surdos da unidade de ensino, sendo a maior concentração de alunos com deficiência auditiva matriculados na rede municipal de ensino.

A Prefeitura de João Pessoa (PMJP) atende atualmente 145 alunos distribuídos em 15 instituições pólo, desde o Ensino Infantil até o Fundamental II. “Inserir o aluno com deficiência auditiva no ensino regular é valorizar a diversidade humana e gerar uma vida comunitária. Para a criança, surda ou não, o desenvolvimento das suas capacidades linguísticas, emocionais e sociais é uma condição importante para o crescimento dela como ser humano”, explicou o secretário da educação, Luís Souza Júnior.

A coordenadora de educação especial da rede municipal, Sandra Verônica relata que mesmo a gestão disponibilizando em cada unidade de ensino um intérprete de Libras, é imprescindível esses alunos atingirem uma situação semelhante aos demais colegas, para que consigam se comunicar e alcançar todos seus objetivos. “Buscamos ferramentas para que os profissionais tenham condições de prestar um atendimento diferenciado principalmente na disciplina de Português, que é o ponto mais sensível para esses alunos, e nas aulas de Língua Brasileira de Sinais (Libras), essencial para os surdos, disse Sandra.

“É de grande importância as escolas inclusivas e a participação das famílias na integração da criança surda ao ambiente em que vive. A descoberta do mundo por meio das mãos é um passo fundamental para que o alunado adquira maturidade e se desenvolva como seres humanos plenos”, esclareceu o professor de Libras, Silvando Marcelino.

A dona de casa Joelma Queirós, mãe da aluna Maria Joelly, atribui o desenvolvimento da filha ao aprendizado de Libras. “Ela nasceu com surdez e com deficiência mental. Era muito agressiva, pois os médicos só detectaram a surdez quando ela fez seis anos. Depois que aprendeu a se comunicar, no entanto, ela se começou a se desenvolver e hoje é uma menina feliz”, relatou.

A Índio Piragibe oferece para a comunidade, todas as terças e quintas-feiras, aulas gratuitas de Libras. As aulas vão das 19h30 às 21h e cada turma conta com 25 alunos.

Capacitação – Anualmente os especialistas, intérpretes e professores surdos da rede municipal passam por um processo de qualificação profissional. Na ocasião, são ministradas palestras sobre a temática, estudos voltados para a questão linguística, treinamento envolvendo a tradução e interpretação das línguas utilizadas no processo de aprendizagem das crianças, além de troca de experiências com relatos de casos vivenciados dentro do ambiente escolar.