PMJP terá Serviço de Atenção Domiciliar com tratamento humanizado

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A parcela da população com problemas de saúde e que não pode se locomover até uma Unidade de Saúde da Família (USF), mas precisa de tratamento especializado e intensivo, vai receber atenção diferenciada da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). Em novembro, começa a funcionar o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), com capacidade inicial para atender 245 pacientes por semana, com 10 equipes multiprofissionais que incluem assistente social, enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico, nutricionista, psicólogo e técnico em enfermagem.

Para ter acesso ao serviço, o paciente precisa estar acamado, ter um cuidador permanente, ser residente em João Pessoa e possuir o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com uma das coordenadoras do SAD, Gillane Ferreira, o serviço complementa a rede de atendimento em saúde familiar, com um trabalho de reabilitação e promoção da saúde de forma humanizada, na própria casa do paciente, evitando, inclusive, que ele seja internado nos hospitais.

O atendimento especializado na recuperação de pacientes com problemas de locomoção começou em 2006, com apenas uma fisioterapeuta. Gillane, que inaugurou a prestação desse serviço, diz que o primeiro paciente, que é tetraplégico, será homenageado pela PMJP na inauguração do SAD. Segundo ela, o serviço foi melhorando e, em 2010, a atenção domiciliar passou a contar com cinco equipes de profissionais – composta por dois fisioterapeutas, um enfermeiro e um técnico em enfermagem, sendo uma para cada distrito sanitário.

“Com a implantação do SAD, novos profissionais foram acrescentados à atenção domiciliar, somando mais de 60 pessoas. Agora com sede própria para organizar o serviço, vamos ter mais dinâmica no atendimento aos pacientes, inclusive, intermediando a ida deles aos equipamentos de saúde do município, quando necessário”, diz a coordenadora.

Atendimento – Para ter acesso ao serviço, o cidadão passa por uma avaliação da equipe para conferir se ele se encaixa em todos os critérios. “Quem tem problema de saúde controlado, mas possui dificuldade de ir a uma USF, é atendido pela equipe de saúde da família, mas nosso trabalho é diferente. É para os casos mais complexos, em que o paciente precisa de acompanhamento frequente e do uso de equipamentos para seu tratamento”, ressalta Gillane.

Ela disse que a prioridade do serviço é de idosos que não podem se levantar, cadeirantes, pessoas em pós-operatório que precisam de cuidado adicional ou pacientes com sonda, por exemplo. São feitos procedimentos de reabilitação fisioterapêutica para cadeirantes e apoio para quem está se adaptando ao uso de órteses e próteses, exames laboratoriais de baixa complexidade, curativos complexos ou ventilação não-invasiva, em que o balão de oxigênio fica na casa do paciente enquanto houver necessidade.

Entretanto, só poderá ser atendido quem tiver um cuidador habilitado para acompanhar todos os procedimentos. “O cuidador deve assinar um termo de responsabilidade permitindo nosso atendimento e se comprometendo as seguir as recomendações das equipes, no que se refere ao tratamento do paciente”, frisa.

Profissionais – Segundo Gillane, existem dois grupos de profissionais: os da equipe multiprofissional de atenção domiciliar (Emad) – formada por enfermeiro, fisioterapeuta, médico e quatro técnicos em enfermagem –, e os da equipe multiprofissional de apoio (Emap) – formada por assistente social, farmacêutico, fonoaudiólogo, nutricionista e psicólogo.

O município vai disponibilizar sete Emads e três Emaps. “O Ministério da Saúde recomenda haver uma Emad a cada 100 mil habitantes e, havendo até três Emads, é possível ter uma Emap, já que a demanda por estes serviços é menor”, explica.

Ela diz ainda que cada equipe faz seu calendário semanal de atendimento, de acordo com as necessidades dos pacientes de cada território. Atualmente, a média é de 35 pacientes por equipe, mas o Ministério da Saúde recomenda até 60 pessoas. O serviço será feito com a utilização de oito veículos do tipo Kombi e S10, para que possa trafegar por áreas de difícil acesso e acomodar a equipe e os equipamentos.

Serviço – A atenção domiciliar foi instituída pela portaria 2.527 de 27 de outubro de 2011, do Ministério da Saúde. Neste caso, os municípios deveriam complementar os serviços prestados à população. O Governo Federal instituiu o programa Melhor em Casa e a PMJP criou o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD).

Conforme Gillane, João Pessoa, Campina Grande e Queimadas são as únicas cidades da Paraíba que têm o programa Melhor em Casa. Na parceria com o Ministério da Saúde, a PMJP arca com os custos de instalação e equipamentos, enquanto o ministério paga os profissionais.

A sede do SAD vai funcionar na Rua Deputado José Mariz, 599, Tambauzinho. O local tem um auditório, uma farmácia, uma sala de reuniões e um setor de regulação, que vai controlar a produção de atendimento das equipes e agilizar o atendimento dos pacientes nos equipamentos de saúde da PMJP. O SAD também conta com copa e cozinha para os profissionais.