Políticas de Segurança Alimentar tornam João Pessoa referência para Onu

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Mônica MeloCozinhacomunitaria_timbo_Foto_DayseEuzebio 351 (62)

Proporcionar segurança alimentar e nutricional à população mais carente de João Pessoa está no centro das preocupações da atual gestão municipal. Através da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), diversas ações tem sido empreendidas a fim de garantir o acesso regular e permanente da população à alimentos de qualidade. Esse empenho recebeu reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) no último mês de maio. O embaixador da instituição no Brasil, Jorge Chediek, declarou que a capital paraibana tornou-se modelo para a construção de uma sociedade mais justa e com menos pobreza.

No total, por mês, mais de 68 mil pessoas são beneficiadas de alguma forma pelas políticas de segurança alimentar do município. Para atingir esses resultados, a Sedes vem utilizando alguns instrumentos importantes. São dois restaurantes populares, cinco cozinhas comunitárias, compra direta local da agricultura familiar e um banco de alimentos que atende 110 associações de bairro.

Entre os beneficiados pela política de segurança alimentar de João Pessoa está a dona de casa Eliana Alexandrina. Ela e mais 15 pessoas da sua família, freqüentam a Cozinha Comunitária do Timbó há dois anos. A dona de casa afirma que a alimentação balanceada e o acompanhamento nutricional oferecido pelo restaurante, proporcionarm muita tranqüilidade na sua última gestação. O filho caçula da dona de casa tem dez meses de idade e já a acompanha ao local diariamente. “Alimentei-me aqui durante toda a gravidez, a comida é balanceada e isso é importante. Graças ao acompanhamento que tive aqui, meu bebê nasceu saudável”, comemora.

As cozinhas comunitárias são destinadas a um público diferente do que freqüenta, por exemplo, os Restaurantes Populares. Enquanto para ter acesso aos Restaurantes basta se dirigir ao local e pagar R$ 1 pela refeição, para ser atendido pelas cozinhas comunitárias é necessário estar em situação de vulnerabilidade social. Algumas vezes, os usuários são indicados pelos profissionais de saúde que atendem as comunidades, por isso sabem quem está com problemas de carência nutricional ou situação de maior vulnerabilidade. As cozinhas comunitárias também são espaços onde a comunidade e as famílias beneficiadas se reúnem e realizam oficinas de capacitação sobre a importância da alimentação saudável e segura para a melhoria da qualidade de vida.Cozinhacomunitaria_timbo_Foto_DayseEuzebio 351 (69)

É comum ver crianças chegarem a esses locais vestindo as fardas das escolas e a boa alimentação vem se refletindo inclusive no rendimento escolar dessas crianças. O serralheiro Adeilson Evangelista da Costa também freqüenta o restaurante do Timbó há quatro anos, com quatro membros da sua família. Seus três filhos almoçam no restaurante todos os dias antes de ir à escola e ele acredita que a qualidade da alimentação melhorou o desempenho escolar das crianças. “Muita gente não tem muita condição financeira e nem dinheiro todos os dias para comprar comida. É bom demais. Antes eu tinha aluguel e feira, agora eu moro melhor e tenho alimentação”, comemora. A família do serralheiro também está entre as que foram beneficiadas com as moradias entregues na localidade pela Prefeitura no mês de Janeiro.

Juntas, as cozinhas localizadas no Timbó, Bela Vista (Cristo), Taipa, Gervásio Maia e Bairro dos Novais servem mil refeições diariamente. “As cozinhas comunitárias servem refeições para as famílias, principalmente crianças e idosos”, explica a secretária do Desenvolvimento Social de João Pessoa, Marta Moura. Cada um dos onze CRAS (Centros de Referência em Assistência Social) de João Pessoa são as portas de entrada para esse benefício. As famílias são assistidas até melhorarem seu quadro de saúde e saírem da situação de vulnerabilidade, nesse momento elas são substituídas por novas famílias.

Outro instrumento importante para a política local de segurança alimentar é o Banco de Alimentos. Geralmente esses mecanismos são abastecidos com alimentos que seriam desperdiçados por supermercados e Centrais de Abastecimento de Alimentos (CEASAs), mas em João Pessoa ele é abastecido exclusivamente pela agricultura familiar. Através do banco, é fornecida alimentação para 110 associações de moradores em João Pessoa. Esse número deve aumentar para 115 até o final de maio.

Cada associação tem em media de 200 a 500 associados que recebem semanalmente cestas básicas com frutas e legumes. “Isso é muito importante para melhorar a qualidade nutricional de João pessoa. O programa de segurança alimentar do município realmente produz uma mudança significativa na vida das pessoas. Ainda temos insegurança nutricional, mas temos melhorando a vida de muita gente”, comemora Marta Moura.Cozinhacomunitaria_timbo_Foto_DayseEuzebio 351 (133)

Os restaurantes populares também são considerados fundamentais para ampliar o acesso a uma alimentação adequada e saudável às famílias e pessoas em situação de vulnerabilidade e de risco social e alimentar. Eles são geralmente instalados em grandes centros urbanos e cidades com mais de cem mil habitantes, em locais de grande movimentação de trabalhadores, vendendo refeições ao preço de R$ 1. “Atualmente, o Restaurante Popular de Mangabeira e Restaurante Popular da Lagoa atendem 2,4 mil pessoas todos os dias”, detalha a secretária.

Marta Moura conta que o Restaurante Popular de Mangabeira começou a ser esboçado em 2008, mas suas obras foram interrompidas diversas vezes. Ao assumir o mandato, o prefeito Luciano Cartaxo decidiu concluir a obra por entender que a segurança alimentar é um dos pontos fundamentais para melhoria da condição de vida das pessoas e para que elas possam alcançar a cidadania. “A gestão também resolveu aumentar a quantidade de refeições servidas pelo restaurante popular da Lagoa, quando chegamos à prefeitura servíamos 1.000 e agora são 1.400 refeições diárias. Em Mangabeira são mais 1.000”, comemora.