Prefeitura ajuda a realizar sonhos de ex-alunos no Ballet Bolshoi

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Denise Lima5872Gabriel Morais de Souza, 15 anos, Débora Duany Ferreira de Paiva e Eduardo Lima dos Santos, ambos de 14 anos, além de Maria Luiza de Souza Pires, 16 anos, têm histórias parecidas, por serem filhos de pessoas que não têm muitas condições financeiras e um sonho em comum: serem dançarinos profissionais da Escola do Ballet Bolshoi no Brasil, com sede em Joinville, Santa Catarina.

O sonho já está sendo escrito na vida de cada um deles graças a um termo de patrocínio, em que a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), financia a estadia e os estudos em Joinville desses adolescentes, ex-alunos da rede municipal de ensino da Capital. São investidos, anualmente, R$ 10 mil em cada um.

Os bailarinos Gabriel Morais e Débora Duany estão morando com as mães em Joinville e o repasse dos valores é destinado diretamente para as contas delas. Já Maria Luiza e Eduardo Lima moram com uma “mãe social”, uma pessoa selecionada pela Escola do Ballet Bolshoi para acompanhá-los. Neste caso, o patrocínio é creditado para as mães adotivas.

Os alunos foram recebidos no Centro Administrativo Municipal (CAM), em Água Fria, pelo secretário de Educação e Cultura, Luiz de Sousa Junior. “Esses alunos têm uma potencialidade incalculável, têm um dom. E nós precisamos dar um suporte. Por não terem boas condições financeiras, eles precisam da ajuda do poder público. Nosso papel, com sensibilidade, é contribuir para que essas crianças realmente desenvolvam suas potencialidades”, disse ele.

Eduardo Lima dos Santos está há apenas um ano no Ballet Bolshoi. Filho de uma mãe que trabalha como doméstica e de pai eletricista, ele diz que sem o apoio da PMJP não seria possível realizar o sonho. “Eu faço o que eu gosto e sempre quis dançar. Eu quero participar de várias companhias de balé e dançar no mundo todo. Só tenho o que agradecer à Prefeitura de João Pessoa porque minha família não teria condições de pagar”.

Futuro – Débora Duany Ferreira de Paiva também está há apenas um ano no Ballet. Como os demais, ela treina quatro horas por dia e no turno oposto estuda no ensino regular. Com esta experiência, ela já sabe o que quer para o futuro. “O balé é tudo pra mim. Quando vejo as pessoas dançando eu me inspiro. Treino pela manhã e estudo à tarde. No futuro quero me formar e ser uma grande bailarina profissional e poder sair dançando por aí pelo mundo. E essa ajuda da prefeitura é perfeita. Antes era muito difícil para os meus pais. Minha família teve a ter que vender o carro para apostar no meu sonho”, falou com alegria.Denise Lima5860

Por falta de condições financeiras, Gabriel Morais de Souza já estava com as malas prontas para voltar definitivamente para João Pessoa e ter o sonho interrompido. “Agora, com essa ajuda que a prefeitura está me dando, vou poder dar continuidade ao que sempre quis ser, um dançarino profissional. O balé significa muita coisa pra mim”.

Disciplina – Gabriel disse ainda que o balé não é apenas aprender a dançar. “Além de dançar e ficar na ponta dos pés, nós aprendemos disciplina, educação e delicadeza”, ressaltou o aluno.

Durante esse período de férias, quando chega em João Pessoa, Gabriel  Morais corre logo para os braços da avó Inês morais de Souza, que fala com orgulho do neto e do preconceito enfrentado no início. “Ele é um grande orgulho. Desde pequeno ele tinha vontade de ir, mas o preconceito por parte do avô era grande. Mas eu achava que havia um futuro pela frente pra ele. Depois que o avô morreu, nós sentimos que ainda dava tempo investir no sonho de Gabriel. A ajuda da secretaria de Educação chegou em boa hora. Ele não ia mais voltar para a Escola de Ballet por não temos como mantê-lo”, falou emocionada a avó.

Emoção também para Roberto Pires Bezerra Neto, pai de Maria Luiza de Souza Pires, ao lembrar das dificuldades financeiras de levar a filha para os treinamentos. “Saíamos andando do Centro de João Pessoa para o Bairro dos Estados porque não podia pagar a passagem de ônibus. Nós lutamos muito por ela. E quando vimos que ela tinha vocação para o balé, abraçamos a causa e começamos a nos dedicar. No início, tivemos que recorrer aos amigos porque não tínhamos ajuda financeira. Quando ela foi pra Joinville, corremos atrás da PMJP”.

Inspiração – Maria Luiza já está no Ballet Bolshoi há três anos. Ela disse que a inspiração para a dança veio após assistir a uma apresentação de balé em João Pessoa. “Desde pequena eu sempre achei muito bonita a dança. Lembro da primeira vez quando vi minha professora se apresentando. Cheguei no balé através de uma audição feita no estado da Bahia e fui selecionada direto para Joinville. O balé significa muito para mim. Para todo bailarino é uma porta para o profissionalismo na dança”.

Ela espera poder devolver a outras pessoas esse apoio recebido pela PMJP. “Futuramente quero ser professora. Esse apoio da prefeitura ajuda a abrir uma porta para meu sonho. É um sonho de todos ir para fora do País e dançar”, agradeceu Maria Luiza.