Prefeitura de João Pessoa reforça ações contra a dengue

Por - em 864

A Prefeitura de João Pessoa vem realizando uma série de atividades para combater a dengue na Capital. Em apenas um mês, foram realizadas 188 ações diretas de combate à doença, entre arrastões nas comunidades em busca de foco, rodas de conversa e palestras educativas. Estas, entre outras iniciativas, como passagem do carro fumacê nos bairros e mobilização dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Saúde Ambiental (ASA) para descoberta de focos e destruição dos mosquitos transmissores da dengue, estão sendo desenvolvidas diariamente nos distritos sanitários da Capital pela PMJP, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Talita Tavares, diretora de vigilância à Saúde da SMS, assinalou que o combate à dengue está sendo realizado em três vertentes: a parte educativa, preventiva e a articulação da rede. “Na parte educativa trabalhamos com os distritos e escolas para conscientizar os estudantes e a população em geral através dos distritos. Na parte preventiva focamos o uso de fumacê, a batida focal, que é a busca direta nos locais suspeitos de conterem focos de dengue, e o arrastão nos bairros, quando os agentes de saúde passam de casa em casa observando os possíveis pontos de foco de dengue. Na articulação reforçamos a estrutura dos laboratórios, promovemos capacitações e realizamos visitas aos núcleos de vigilância”, explica Talita.

A diretora destaca que estão sendo concentradas forças nos bairros com maior incidência de notificações de casos de dengue. “Mensalmente são promovidas ações nas ruas nestes bairros onde temos as áreas com maior número de casos notificados, pois é lá que tendem a se concentrar o maior número de casos e a possível circulação do mosquito e existência dos focos”, enfatiza.

Talita Tavares enfatiza que as ações nos distritos sanitários são imprescindíveis para potencializar o combate à dengue. “O trabalho junto aos distritos, realizando arrastões e práticas educativas nas comunidades, é uma ferramenta essencial para diminuir os casos de dengue. Através de cada distrito somos capazes de entrar em contato com líderes comunitários e usar escolas e espaços da comunidade para estimular ações preventivas, buscando a redução da dengue”, aponta Talita.

Em adição às ações locais, a SMS está realizando uma parceria junto a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), Secretaria de Educação, Atenção Básica e Vigilância Ambiental, trabalhando na limpeza dos terrenos baldios e retirada de lixo presente no percurso dos arrastões contra dengue. “A Secretaria de Educação desenvolve atividades com os alunos das escolas dos territórios para trabalhar em campo as orientações na comunidade. Os profissionais da atenção básica visitam a comunidade e assim fortalecem a busca dos casos suspeitos de dengue”, assinala Talita.

Taís Matos, integrante do Comitê de Acompanhamento do Plano de Contingência Municipal de Saúde em Combate à Dengue, destaca que a Vigilância Ambiental trabalha com o carro fumacê e a visita a locais em que há a suspeita de ter um foco de dengue, em especial na residência daqueles que já tiveram dengue este ano. “Todas essas ações objetivam minimizar a incidência no território. Com o aumento das chuvas é esperado, na mesma proporção, o aumento do número de casos, o que leva a vigilância e demais parceiros envolvidos no processo na ampliação da busca dos focos e trabalhos educativos”, argumenta Taís.

Pensando nos pontos fechados e de difícil acesso, a Diretoria de Vigilância à Saúde (DVS) busca a parceria com o sindicato dos imobiliários e construtores da Capital para a realização de agendamento junto ao agente de vigilância ambiental e corretores para vistoria destas residências e prédios fechados.

Além da manutenção de dois ciclos do carro fumacê em diversos áreas da Capital, serão ampliados os ciclos em bairros como Bancários, Mangabeira, Bessa e Castelo Branco, locais com o maior número de casos notificados. “A utilização do carro fumacê é feita a partir do aumento do número de casos por bairro para que, com sua utilização, possamos diminuir o número de mosquitos circulantes. Tecnicamente podemos realizar em determinados local seis ciclos. Hoje estamos com o agendamento do quarto ciclo nos bairros do Bessa, Bancários, Mangabeira, Tambauzinho e Manaíra. Outros bairros estão na realização do segundo ciclo”, destaca Taís.

Já foram realizadas visitas aos núcleos de epidemiologia dos hospitais Edson Ramalho, Hospital Universitário Laureano Wanderley e Valentina Figueiredo, garantindo as condições de acompanhamento dos casos confirmados de dengue. A DVS informou que estão sendo realizadas visitas semanais aos núcleos hospitalares com a intenção de fortalecer o fluxo assistencial e laboratorial dos pacientes que chegam com a sintomatologia para dengue.

A diretoria disponibilizou materiais e orientação junto a outros espaços de assistência privada de João Pessoa com o objetivo de qualificar os profissionais para a notificação e assistência dos pacientes que ali chegam. “Detectamos um número reduzido de notificações pela rede privada do município e para mudar esses diagnósticos ampliamos as parcerias com visitas em loco, disponibilizando os materiais e profissionais qualificados para repasse das informações”, informou Talita Tavares.

“Temos 38 leitos na rede hoje como referência para assistência de pacientes com suspeita de dengue. É importante a comunidade saber os locais para assistência dos doentes desde o início dos primeiro sintomas. Não podemos ter um paciente sem assistência nos primeiros cinco dias dos sintomas para que não tenhamos um maior número de complicações”, ressalta Talita.

Sintomas – A diretora de Vigilância à Saúde aponta a queda na pressão arterial, a dor abdominal, a dificuldade de respirar, a sensação de desmaio, extremidades frias e pequenas hemorragias como sintomas de alerta para caracterização de sintomatologia de dengue. “O paciente deverá procurar a rede hospitalar pública ou privada para a assistência imediata”, enfatiza Talita.

Remoção de criadouros – O gerente de Vigilância Ambiental e Zoonoses, Luiz Almeida, destacou que a população pode, por conta própria, realizar a remoção mecânica de determinados tipos de criadouros, como objetos descartáveis, pneus e bebedouros de animais domésticos. “Todos os recipientes que acumulam água podem ser removidos pela população, bem como estes podem realizar a limpeza de calhas e lajes, vasos de plantas, garrafas, restos de material de construção, entre outros”, explica.

 

Luiz Almeida ressaltou que denúncias e agendamentos para retirada de criadouros que não podem ser removidos mecanicamente, como piscinas, tanques de alvenaria, cisternas, casas fechadas e demais situações, devem ser encaminhadas ao “Disque Mosquito”, no 3214-7975 e 3214-5718.

“Considerando que o ciclo biológico do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, se dá de oito a dez dias e que mais de 90% dos focos dos mosquitos têm sido encontrados dentro dos domicílios, é imprescindível que a população, de uma forma geral, observe os seus espaços, sejam jardins e quintais, pelo menos uma vez por semana buscando identificar e destruir possíveis criadouros existentes no interior dos domicílios”, salientou Almeida.

Capacitação – Apenas no mês de fevereiro, cerca de 1.900 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e agentes comunitários, participaram de capacitações para melhorar o atendimento à população e agilizar a detecção de novos casos. Aproximadamente 1.500 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Saúde Ambiental (ASA) participaram de um curso de capacitação promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para preparar o profissional no combate à dengue.

Cerca de 440 profissionais da rede de Atenção Básica à Saúde de João Pessoa e representantes da rede hospitalar do município participaram de um curso de qualificação do manejo clínico para a dengue, envolvendo profissionais da enfermagem e médicos da rede municipal de saúde.

Criação de Comitê – Em fevereiro deste ano, a Prefeitura Municipal oficializou a criação do Comitê de Acompanhamento do Plano de Contingência Municipal de Saúde em Combate à Dengue. Com a criação, um grupo de parceiros se reuniu para discutir e se comprometer a desenvolver ações que contribuíssem para a execução do plano de contingência contra a dengue da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Participaram da reunião representantes das secretarias municipais de Saúde, Meio Ambiente, Infraestrutura, Planejamento, Comunicação, Educação, bem como integrantes da Emlur, Cagepa, Orçamento Democrático, Ouvidoria Municipal e STTrans.

Através de ações intersetoriais, a SMS e parceiros realizam a remoção de pneus e material identificados nos terrenos baldios por parte da Emlur, a vinculação de mensagens educativas na conta mensal da Cagepa, além de avaliação das instalações em busca da presença de possíveis focos, a inclusão no projeto político-pedagógico das escolas e creches da rede municipal de ensino temas referentes ao combate à dengue pela Secretaria de Educação e a orientação das comunidades quanto ao destino do lixo, pela Secretaria de Meio Ambiente. “A atuação destes grupos faz com que cada setor envolvido, e não apenas a saúde, possa contribuir no combate à dengue”, enfatiza a secretária Municipal de Saúde, Roseana Meira.