Prefeitura dispõe de serviços e métodos que garantem planejamento familiar
Entre as mulheres que tiveram filhos no Brasil, em 2016, 55,4% não planejaram a gestação. O número é de um estudo sobre parto e gravidez feito pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) dispõe de uma série de serviços que auxiliam os usuários que preferem adiar o crescimento da família, além de evitar uma gravidez não planejada. Na rede municipal de saúde, há distribuição de preservativos, pílulas, injeções, diafragma, DIU e realização de laqueadura e vasectomia.
O fluxo se dá a partir do momento que a adolescente, a mulher, o homem ou o casal decide planejar sua vida sexual. A porta de entrada, para ter acesso aos serviços, são as Unidades de Saúde da Família do município.“Temos todos os métodos disponíveis na rede municipal, do preservativo a laqueadura ou vasectomia. Nas USFs e UBS temos o preservativo, a pílula combinada, a minipílula, a contracepção de emergência, a injetável mensal, a injetável trimestral e o diafragma”, informou Tânea Lucena, coordenadora da Área Técnica da Saúde da Mulher, da SMS.
Para implantação do dispositivo intra-uterino (DIU) a mulher é encaminhada para o Instituto Cândida Vargas (ICV) ou para o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW). Já para a contracepção definitiva, a mulher (laqueadura) e o homem (vaectomia) são encaminhados, de forma regulada, para os serviços nos hospitais municipais e lá é agendada a cirurgia.
Para que a mulher realize a laqueadura ou o homem a vasectomia, é preciso que eles atendam os critérios previstos na Lei nº 9.263/96, que trata do planejamento familiar. De acordo com a lei, somente é permitida a esterilização voluntária em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce.
Laqueadura – Para a realização da laqueadura tubária é necessário que a mulher tenha pelo menos 25 anos, dois filhos vivos. Caso a mulher esteja gestante do terceiro filho e os dois partos anteriores tenham sido cesáreas, ela pode fazer a terceira cesárea seguida por laqueadura.
Ligadura de Trompas ou Laqueadura é uma cirurgia para a esterilização voluntária definitiva, na qual as trompas da mulher são amarradas ou cortadas, evitando que o óvulo e os espermatozóides se encontrem. Há dois tipos de laqueadura: abdominal e vaginal.
As ligaduras de trompas abdominais são: a minilaparotomia e a videolaparoscopia. A minilaparotomia é feita com um pequeno corte acima do púbis. Já a videolaparoscopia é realizada por meio da introdução de uma minicâmera de vídeo no abdômen. Os tipos de laqueaduras vaginais são: colpotomia e histeroscopia. Na colpotomia é realizada uma incisão pelo fundo-de-saco posterior da vagina. Essa apresenta um risco maior de infecção. E a histeroscopia, permite acesso às trompas através da cavidade endometrial. Em qualquer tipo escolhido é necessário internação e o uso de anestesia.
O tempo de recuperação da paciente varia de acordo com a paciente. Caso o procedimento seja realizado seguido de cesárea a paciente fica em torno de 72h no hospital, caso seja apenas a laqueadura, a usuária aguarda durante um período de 24h.
Vasectomia – A vasectomia é uma cirurgia simples que interrompe a passagem dos espermatozóides. Após anestesia local, é feita uma pequena incisão para localizar os canais deferentes, por onde passam o sêmen com os espermatozóides. Eles são cortados e depois amarrados. Por fim, o médico fecha o pequeno corte. O procedimento costuma ser rápido e pode ser realizado até em ambulatório, sem necessidade de centro cirúrgico.