Prefeitura promove inclusão social com estudantes surdos

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No Dia nacional do Tradutor/Intérprete de Língua de Sinais (Libras) comemorado nesta sexta-feira (26), a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) reconhece a importância da categoria, que desenvolve um trabalho de acessibilidade de comunicação. Atualmente a Rede Municipal de Ensino atende a cerca de 150 estudantes surdos.

A Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), por meio da Coordenação da Educação Especial vem promovendo a inclusão da pessoa surda dando a estes a oportunidade de ter a comunicação na sua língua materna.

Em sala de aula, este profissional atua na tradução e interpretação de textos e todo conteúdo ministrado pelo professor em diversas áreas de conhecimento.

O intérprete Fabiano Pereira Quevedo trabalha na escola municipal Durmeval Trigueiro Mendes, no Rangel há três anos. Empolgado, ele fala da emoção de transmitir conteúdos e da alegria de se fazer o que gosta.

“O contato diário é prazeroso. Um aprendizado constante. Somos um canal de transmissão. Recebemos a informação do professor e repassamos ao aluno, que sinaliza o entendimento. Quando há duvidas, pedimos pausa na aula e o docente reexplica o conteúdo,” esclareceu o tradutor.

Miguel Ângelo campos, está no 7º ano. É daqueles alunos aplicados que não se contentam com pouco. A relação do estudante com o tradutor Fabiano ultrapassa os muros da instituição de ensino.

“Quando cheguei à escola Durmeval sabia pouca coisa. Imagina aí: vivemos em um mundo sem som. Mas, com muita disciplina, força de vontade e auxílio do tradutor todo dia aprendo algo novo. Nós surdos só temos a agradecer por estes profissionais, que dão ritmo ao nosso cotidiano”, falou emocionado o aluno de 13 anos.

Em outro ponto da cidade, no bairro dos Novais, o estudante do 9° ano da escola municipal João Santa Cruz, Andrey Lima se destaca pela competência. O futuro professor de educação física não se contenta com a limitação.

“Só a comunidade surda sabe o quanto é difícil aprender na língua de sinais. Seria mais ainda se não existissem os tradutores. Acaba se criando um vínculo afetivo entre nós. E isso serve de gás para que possamos voar em busca de nossos anseios”, disse Andrey de 18 anos.

Quem acompanha há quatro anos o esforço diário do estudante, é a tradutora Edileide Nascimento. A educadora não segura a emoção ao falar do aluno.

“É um espelho do nosso trabalho. Sabemos que estamos no caminho certo, quando nos deparamos com criaturas como Andrey. Crescemos todos os dias profissionalmente. Somos um canal para que o estudante surdo tenha
mais oportunidades de se sentir integrante deste mundo, privilegiado pela sonoridade”, relatou Edileide.

O secretário de educação parabeniza a classe e lembra a necessidade da comunidade escolar estar apta a receber os alunos surdos de modo a efetivar sua inclusão.

“Além de contar com a presença de intérpretes a escola precisa desenvolver um Projeto Político Pedagógico adequado a esta nova realidade inclusiva, adaptando seu currículo, repensando sua metodologia de ensino, seu sistema de avaliação e capacitando seus profissionais. E é o que a nossa gestão está fazendo, tudo de forma gradativa”, explicou Luiz Sousa Júnior.

Profissão – A profissão de Tradutor/Intérprete de Libras foi reconhecida no dia 1º de setembro de 2010 pela Lei nº 12.319.

O intérprete atua como um profissional aliado no processo de ensino aprendizagem dos alunos surdos, agindo diretamente no campo da tradução/interpretação dos discursos elaborados entre educadores e educandos, seja este direcionado de ouvinte para surdo ou de surdo para ouvinte.

“Este profissional tem a obrigação de exercer sua função com o máximo de qualidade e responsabilidade, sabendo que dela depende a contribuição para a plena garantia de comunicação, acesso à informação e educação de uma pessoa”, diz a assessora pedagógica Rosângela Melo.