Prefeitura realiza ação para prevenção e controle do caracol africano

Por Rebeka Paiva - em 1226

Rebeka Paiva

Caracol1A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses (Cvaz), em parceria com a Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), realiza na manhã desta sexta-feira (10) ações direcionadas ao controle do caracol africano. As atividades terão inicio a partir das 8h e acontecerão na orla do Cabo Branco, com concentração em frente à Fundação Casa José Américo, e no final da Avenida Beira Rio.

As ações são preventivas e visam conscientizar a população sobre os perigos do achatina fulica, conhecido como caracol africano, e as formas corretas de fazer a retirada do molusco. Na ocasião, os agentes de vigilância ambiental estarão orientando a população e fazendo o controle do caracol por meio de catação, único procedimento permitido para a área que é de preservação ambiental, e os funcionários da Emlur estarão realizando a técnica de supressão, que consiste no corte de uma faixa

da vegetação para facilitar na catação do molusco. A poda foi autorizada pela Secretaria de Meio Ambiente (Semam).

“A área é protegida por lei, já que ali existe uma vegetação, então não podemos usar nenhum pesticida ou qualquer outro tipo de forma para eliminar o caracol; além disso, ele não possui um predador natural, então nossa única forma de combatê-lo é através

Mazinho Gomes Fotografo DRT/RJ 15855

do processo de catação”, explica o gerente da Cvaz, Nilton Guedes, gerente de Vigilância Ambiental e Zoonoses.

De acordo Guedes, é necessária a conscientização da população sobre o caramujo africano, pois neste período de chuva e umidade é facilita a reprodução dessa espécie invasora e exótica. “Além das ações do poder público, o controle de caramujo necessita da participação da população, então nós trabalhamos com a orientação de como as pessoas devem proceder”, disse.

“Estamos divulgando o máximo de informações existentes, transmitindo todo o conhecimento que temos sobre o caracol africano para os cidadãos, assim eles poderão evitar a reprodução da espécie, que não aparece apenas em lugares próximos de vegetação, podendo também chegar às residências, basta que o ambiente seja favorável”, completou o gerente.

Caracol Africano – Achatina fulica é um molusco vindo da África. Ele também é chamado de acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano ou rainha da África. Chegou ao Brasil de forma ilegal na década de 1980, no Paraná, com o intuito de substituir o escargot, uma vez que sua massa é maior que a destes animais.

Levado para outras regiões do país, a espécie não foi bem aceita pelos consumidores e proibida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), fazendo com que muitos donos de criadouros, displicentemente, liberassem seus representantes na natureza, sem tomar as devidas providências.

O caracol africano se reproduz de forma rápida e em larga escala e não possui um predador natural. “O nosso atual clima, onde uma hora chove e na outra está com sol, contribui para a proliferação do bicho, além disso, ambientes úmidos, com matéria orgânica e vegetação como os quintais e jardins das casas também favorecem o aparecimento do caracol”, explicou Nilton Guedes.

Consequência à população – O Achatina fulica é hospedeiro de várias espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias como a meningite.

A meningite causada por A. cantonensis, tipo de verme, começa com a ingestão do caramujo ou de muco do molusco infectado. Uma vez ingeridas, as larvas do verme migram para o sistema nervoso central e se alojam nas meninges – membranas que envolvem o cérebro. O organismo inicia uma reação inflamatória, que resulta no quadro de meningite.

Geralmente, a doença é autolimitada, pois os parasitas não conseguem se reproduzir no ser humano e morrem naturalmente. No entanto, alguns pacientes desenvolvem formas graves e o índice de mortes é de 3%. O atraso no diagnóstico é um dos fatores que contribuem para o agravamento do quadro: cada dia de dor de cabeça prolongada aumenta em 26% as chances de coma. Até agora não foi notificado nenhum caso de doenças causadas pelo molusco em João Pessoa.

Eliminação e controle da espécie – A forma mais indicada para combater a espécie e que qualquer pessoa pode fazer é através da catação, que deve ser feita sempre com a mão isolada por luvas ou sacos plásticos. Em seguida o caracol deve ser afogado em um balde cheio de água com sabão.

O Centro de Vigilância Ambiental faz a catação e o controle em prédios e áreas públicas. Em áreas privadas como casas, condomínios e terrenos, o controle é de responsabilidade do proprietário.