Prefeitura reúne representantes de maternidades para discutir atendimentos para casos de Microcefalia

Por Lilian Pedreira - em 322

Lílian Pedreira

Com o objetivo de traçar metas para diagnóstico e assistência à saúde nos casos de bebês nascidos com microcefalia na Capital, a Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reuniu na manhã desta segunda-feira, 23, representantes das maternidades públicas e privadas para discutir fluxo e protocolo assistencial. Até o momento, no Instituto Cândida Vargas, apenas dois casos foram registrados de residentes em João Pessoa, de acordo com o boletim epidemiológico.

“Os técnicos da Secretaria de Saúde estão empenhados para garantir o acesso e assistência na rede municipal de Saúde. A reunião com os diretores das principais maternidades de João Pessoa faz com que os trabalhos sejam unificados, os encaminhamentos sejam mais dinâmicos e a assistência seja garantida.”, destacou Aleuda Cardoso, Secretária de Saúde de João Pessoa. “Estaremos intensificando as ações de combate ao vetor, juntamente com a equipe de vigilância ambiental e, sobretudo, com a participação da população, que é primordial”, completou.

No que diz respeito ao Sistema Único de Saúde (SUS) em João Pessoa, todo acesso aos serviços continua sendo realizado por meio da Atenção Básica, nas Unidades de Saúde da Família. As gestantes realizarão os exames e acompanhamento do pré-natal como parte do programa Rede Cegonha e, caso necessário, serão encaminhadas para um dos hospitais de referência para atendimento de alto risco, que podem ser o Instituto Cândida Vargas, Hospital Universitário Lauro Wanderley ou a maternidade Frei Damião.

“Em rede, estamos trabalhando para construir um protocolo de atendimento e acompanhamento das gestantes que apresentem ou que já tenham recebido algum diagnóstico, durante os exames e ultrassonografia, de microcefalia. O que foi definido na reunião de hoje (segunda-feira), levaremos para apreciação da Secretária de Saúde e Prefeito, que consolidarão o fluxo nos serviços”, ressaltou Ana de Lourdes, diretora geral do Instituto Cândida Vargas.

A reunião foi conduzida pela direção do Instituto Cândida Vargas e teve a participação de representantes da maternidade Frei Damião, Hospital Universitário, Edson Ramalho, da Clim, Hospital Militar general Edson Ramalho, Unimed e de gestores da Secretaria Municipal de Saúde.

Investigação dos casos – A investigação desses casos está sendo realizada pelo Ministério da Saúde de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde, com o apoio de instituições nacionais e internacionais. Comitês de especialistas apoiarão o Ministério da Saúde nas análises epidemiológicas e laboratoriais, bem como no acompanhamento dos casos.

Microcefalia – A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

Rede Cegonha – É uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.