Prevenção do suicídio é tema do I Simpósio sobre emergências psiquiátricas

Por Thadeu Rodrigues - em 1399

A prevenção do suicídio foi o tema do I Simpósio Sobre Emergências Psiquiátricas do Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio de Miranda Burity (Ortotrauma). O evento, realizado pelo Pronto Atendimento de Saúde Mental (PASM), oconteceu neste sábado (16), em alusão à campanha Setembro Amarelo.

O coordenador do PASM, Jaceguai Martins, destacou a importância do serviço de urgência e emergência psiquiátrica para atender pacientes em surto e evitar que cometam suicídio. “Temos um serviço de qualidade, com profissionais qualificados e prontos para atender a população que está passando por distúrbios psiquiátricos em fase aguda”. Para ele, a realização do evento com a participação de estudantes, residentes e professores, é de grande contribuição científica.

De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Alfredo Minervino, a tentativa de suicídio é um problema de saúde pública e precisa ser discutido. “Escolhemos a cor amarela para representar esta campanha justamente pela condição de alerta que ela traz. No mundo, a cada quatro segundos uma pessoa tenta suicídio. Já no Brasil, há uma morte por suicídio a cada 45 minutos”.

Ele ressalta que os serviços de emergência psiquiátrica tratam e protegem as pessoas que possam oferecer riscos a si, as suas famílias e à sociedade de modo geral. “Podemos salvar vidas. Em torno de 95% dos suicídios podem ser evitados com o tratamento eficaz”, frisa Alfredo Minervino.

Fatores de risco – Na palestra do psiquiatra do PASM, Ricardo Henrique Araújo, sobre epidemiologia e fatores de risco do suicídio, ele citou que as mulheres tentam três vezes mais suicídio que os homens, mas os homens cometem três vezes mais suicídio. “Podemos citar como fatores de risco doença mental, desespero, traumas de infância, doenças clínicas e conflitos de identidade sexual, por exemplo”.

Os psiquiatras Arlindo Félix e Emanuelle Lopes falaram sobre a abordagem ao paciente com intencionalidade suicida. “O acolhimento é tão ou mais importante do que a medicação. Trabalhamos o pensamento do paciente para tirá-lo da situação de risco”, afirma Arlindo Félix.

Emanuelle Lopes reforça a importância do diálogo com o paciente para descobrir o nível de risco. “Às vezes, o paciente não demonstra ter ideação suicida, e é preciso o profissional ficar atento, principalmente nos serviços de saúde que não têm a especialidade psiquiátrica”.

Também houve um debate sobre a situação das emergências psiquiátricas no Nordeste, com a participação do presidente da Associação Paraibana de Psiquiatria (APP), José Brasileiro Dourado, e dos psiquiatras do PASM, Rivando Rodrigues e Roberto dos Santos.

Sala multiprofissional – O PASM inaugurou uma sala multiprofissional para atender os familiares dos pacientes e para que os profissionais possam se reunir para discutir casos. A sala recebeu o nome do professor Doutor Humberto Vicente de Araújo, para homenagear o profissional que é referência na psiquiatria.

Mais informações sobre a prevenção ao suicídio podem ser obtidas na cartilha realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina a partir do link http://www.abp.org.br/portal/conheca-a-cartilha-para-combater-o-suicidio/