Profissionais da Secretaria de Saúde orientam sobre a prevenção ao HPV

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Buscando o bem-estar e cuidado com a saúde da população, os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) orientam sobre o papilomavírus humano, o HPV, com diversos subtipos capazes de infectar a pele ou as mucosas do trato ano-genital e que podem ocasionar o câncer de colo de útero, o terceiro tumor mais frequente na população feminina –  atrás do câncer de mama e do colorretal – e a quarta principal causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

A infecção pelo HPV é muito frequente, mas transitória, regredindo espontaneamente na maioria das vezes. Nos casos em que a infecção persiste, a causa é um tipo viral oncogênico, ou seja, com potencial para causar câncer. O vírus pode ocasionar lesões precursoras que, se não forem identificadas e tratadas, podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) informam que aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas por dois tipos de HPV.  Ainda de acordo com o Inca, a incidência anual de aproximadamente 500 mil casos de câncer de colo do útero é um desfecho raro, mesmo na presença da infecção pelo HPV. Ou seja, a infecção pelo HPV é um fator necessário, mas não suficiente, para o desenvolvimento do câncer do colo do útero.

“A maioria das infecções por HPV é assintomática e regride espontaneamente e tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas” explicou a enfermeira e coordenadora da Saúde da Mulher da SMS, Amanda Romera. “Estima-se que cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolverá alguma forma de manifestação, que pode ser clínica ou subclínica, quando não são visíveis ao olho nu”, completou.

As lesões clínicas se apresentam como verrugas e têm aspecto de couve-flor e tamanho variável. Nas mulheres, podem aparecer no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus. Em homens, podem surgir no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta em ambos os sexos. Já as infecções subclínicas podem ser encontradas nos mesmos locais e não apresentam nenhum sintoma ou sinal. No colo do útero podem se apresentar como lesões intra-epiteliais que podem ser identificadas durante a coleta do exame citológico.

“Independente do tipo de lesão, é extremamente importante o acompanhamento médico, seja ginecologista, urologista ou proctologista, tanto para o diagnóstico correto, quanto para o tratamento adequado”, ressalta a coordenadora da área técnica da Saúde da Mulher, Amanda Romera.

Transmissão – A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal e mesmo com o uso do preservativo, uma vez que ele não protege todas as áreas.

“Na presença de infecção na vulva, na região pubiana, perineal e perianal ou na bolsa escrotal, o HPV poderá ser transmitido apesar do uso do preservativo. A camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual”, explica Amanda Romera.

Segundo o Inca, estudos no mundo comprovam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Essa percentagem pode ser ainda maior em homens. Estima-se que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial esteja infectada pelo HPV. Porém, a maioria das infecções é transitória, sendo combatida espontaneamente pelo sistema imune, regredindo entre seis meses a dois anos após a exposição, principalmente entre as mulheres mais jovens.

Prevenção – Para evitar a infecção por alguns tipos de HPV mais cancerígenos, o Sistema Único de Saúde oferta a vacina a meninas de 9 a 14 anos, 11 meses e 29 dias e meninos de 11 a 14 anos, 11 meses e 29 dias. O esquema vacinal é de duas doses, sendo a segunda dose seis meses após a primeira.

De acordo com o chefe da Seção de Imunização da SMS, Fernando Virgolino, a vacina é administrada nesta faixa etária por ser a que apresenta maior benefício pela grande produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais.

A vacina também é ofertada aos que vivem com HIV. Para esse grupo, a faixa etária para tomar a vacina é mais ampla, de 9 a 26 anos, e o esquema vacinal é de três doses com o intervalo de zero, dois e seis meses. Os usuários com HIV precisam apresentar prescrição médica.

Existem dois tipos de vacina contra o HPV, a quadrivalente e a bivalente. Na rede pública de saúde, é ofertada a vacina quadrivalente, que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18, prevenindo lesões genitais pré-cancerosas de colo do útero, vulva e vagina e câncer do colo do útero em mulheres e verrugas genitais em mulheres e homens.

Além da imunização, é possível a prevenção do câncer de colo de útero por meio da realização periódica do exame de citológico, disponível em todas as Unidades de Saúde da Família. Por meio desse exame, é possível identificar precocemente as lesões intra-epiteliais que refletem a presença do vírus e o potencial de progressão para o câncer de colo de útero.

Serviço – Na Capital, a vacina está disponível em todas as salas de vacinação localizadas nas Unidades de Saúde da Família (USF) e Centro Municipal de Imunização. Para ser vacinado, basta ir a um dos locais de vacinação com a caderneta de vacinação, documento de identidade e cartão SUS. A SMS também oferta os exames preventivos, o Papanicolau ou citopatológico, que detecta as lesões precursoras do câncer.

Em 2017, na rede municipal de saúde, foram vacinadas 21.511 pessoas contra o HPV. Este ano, até o mês de abril, a rede imunizou 2.888 pessoas, entre meninos, meninas e população que vive com HIV.