Rede Municipal garante assistência à saúde de mães e bebês durante gravidez

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Thibério Rodrigues

O acompanhamento profissional durante todo o período de gestação é de fundamental importância tanto para a saúde da mãe quanto do bebê. Na Rede Municipal de Saúde de João Pessoa, a assistência é realizada desde o pré-natal nas Unidades de Saúde da Família (USF) até o momento do parto.

De acordo com Tânea Lucena, coordenadora da área técnica de Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o pré-natal é essencial para detectar complicações durante a gravidez. “É importante que a gestante comece a fazer seu pré-natal o mais precocemente possível, nos primeiros três meses de gestação. Os exames realizados no pré-natal são importantes para detectar problemas que possam afetar mãe e filho, evitando assim a morbimortalidade materna e fetal”, afirmou.

Durante o pré-natal, os médicos das USF solicitam exames para detectar doenças como HIV, sífilis e hepatite B que podem ser transmitidas ao bebê; glicemia para avaliar se há presença de diabetes; grupo sanguíneo para avaliar se há incompatibilidade sanguínea entre mãe e filho; rubéola, que pode levar ao aborto; além de exame de urina e ultrassonografias para identificação de idade gestacional e malformações no bebê.

A primeira consulta do pré-natal acontece na Unidade de Saúde da Família (USF), onde é realizada a avaliação de risco gestacional. Se detectada como gravidez de alto risco, a gestante é encaminhada ao ambulatório do Instituto Cândida Vargas (ICV), onde recebe um atendimento especializado, mas continua sendo acompanhada pela equipe de Saúde da Família.

A dona de casa Adriana Ferreira está com 14 semanas de gravidez e espera seu segundo filho. Ela tem problema na tireóide e foi encaminhada ao ICV para fazer o pré-natal. “Eu acho muito importante fazer todos os exames para cuidar da minha saúde e também do bebê que está dentro de mim”, disse.

A obstetra e coordenadora do ambulatório do ICV explica que várias situações podem ser consideradas gravidez de alto risco. “Hipertensão, diabetes, cardiopatias, infecção urinária, doenças psiquiátricas, idade materna menor que 15 anos e maior que 40 anos, entre outros casos. Por isso, o acompanhamento deve existir deve existir para evitar efeitos maléficos para a saúde da gestante e do feto”, afirmou.

Além das consultas com o obstetra, a gestante passa por um acompanhamento de uma equipe multiprofissional composta por enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas, quando necessário.

Caderneta da gestante – Todo o trabalho de pré-natal na Rede Municipal de Saúde é acompanhado pela Caderneta da Gestante, que consiste num cartão com o registro de informações de acompanhamento da gestação e deve ser parte essencial do processo de trabalho dos profissionais de saúde, sendo utilizada em todas as consultas. O uso da caderneta é uma determinação do Ministério da Saúde.

As informações inseridas na caderneta podem apoiar os profissionais no diálogo com a gestante e nas ações de educação em saúde, além de ajudar a usuária a esclarecer dúvidas, se preparar para o parto e a amamentação, conhecer seus direitos e os sinais de alerta.

“É um documento importante, toda gestante tem direito e nele deve conter todas as informações referentes a dados pessoais, histórico familiar de possíveis patologias e anotações importantes da gestação atual. A gestante deve andar sempre com sua caderneta, assim, em casos de intercorrências qualquer profissional de saúde terá acesso ao desenvolvimento gestacional”, explicou Tânea Lucena, coordenadora de Saúde da Mulher da SMS.

A caderneta apresenta os direitos da gestante antes e depois do parto, cartão de consultas, exames e vacinas com espaço para anotações, dicas para uma gravidez saudável, sinais de alerta, orientações sobre a gestação e o desenvolvimento do bebê, como tirar a certidão de nascimento do filho, entre outras informações. Cabe ao profissional de saúde anotar neste material os dados do pré-natal realizado pela mulher, para que ela os tenha sempre consigo e outros profissionais possam consultá-los em caso de emergência.

Ações educativas – Além do pré-natal, o acompanhamento das gestantes na Atenção Básica também é realizada por meio de atividades educativas promovidas pelas equipes de Saúde da Família como orientações sobre a importância de se manter uma alimentação saudável, prática de atividades físicas e a importância de se evitar álcool, fumo e outras drogas.

Rede Cegonha – É uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no País e será implantada, gradativamente, em todo o território nacional, iniciando sua implantação respeitando o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional.