Representantes da SMS apresentam medidas de prevenção à microcefalia na Câmara Municipal

Thibério Rodrigues

Representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) participaram de uma audiência pública nesta terça-feira (15) na Câmara de Vereadores para apresentar as medidas da Prefeitura de João Pessoa (PMJP) na prevenção à microcefalia e no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika vírus, relacionado à proliferação dos casos de bebês com microcefalia.

De acordo com a diretora de Atenção à Saúde da SMS, Manuela Ribeiro, as medidas passam pela vigilância ambiental e epidemiológica, mas também há um reforço no âmbito da assistência às gestantes. “Acontece um fortalecimento da rede de atenção para as munícipes de João Pessoa tanto no acompanhamento do pré-natal quanto no pós-natal”, disse.

Durante a audiência, o gerente de Vigilância Epidemiológica da SMS, Daniel Batista, destacou que os casos notificados obedecem a critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. “São critérios sensíveis e que devem ser investigados, sendo alguns casos confirmados e outros descartados, além de saber se a origem de cada caso de microcefalia é infecciosa ou não”, afirmou.

Fluxo de atendimento – A SMS criou um protocolo de atendimento e de acompanhamento de gestantes que apresentem os sintomas ou que já tenham recebido, durante a ultrassonografia, a informação de que o filho apresenta microcefalia.

Dentro do fluxo de assistência da SMS e do protocolo determinado pelo Ministério da Saúde (MS), a porta de entrada para o atendimento das gestantes continua sendo realizado por meio da Atenção Básica, nas Unidades de Saúde da Família (USF). Serão realizados os exames específicos e acompanhamento do pré-natal como parte do programa Rede Cegonha.

Se o resultado dos exames apontarem que o feto é um caso suspeito de microcefalia, a gestante será encaminhada ao pré-natal de alto risco nos serviços de referência, conforme seu território de residência, no Instituto Cândida Vargas (ICV), Maternidade Frei Damião e Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW). Após o nascimento do bebê, serão realizados a anamnese (investigação do histórico de gestação), exames físicos, laboratoriais e complementares, assim como o acompanhamento nos três serviços de referência.

Combate ao Aedes – Diante do crescimento do número de casos da doença no país e da confirmação, pelo Ministério da Saúde, de que a zika está diretamente ligada aos casos de bebês com microcefalia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estabeleceu um Plano de Combate ao mosquito, realizado em parceria com a Emlur e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano.

O monitoramento e o controle do Aedes aegypti estão sendo realizados diariamente e de forma intensificada pelos agentes de saúde ambiental nos diversos bairros da Capital. Durante as visitas, além da aplicação de larvicida nos criadouros do mosquito, os agentes realizam também um trabalho educativo com os moradores das residências e proprietários de estabelecimentos. As ações foram definidas por bairro.

“Em João Pessoa, o principal problema são os descartáveis nos quintais e terrenos baldios. Portanto, é importante combater com educação à população para ofertar o mínimo possível as condições de vida do mosquito”, explicou Nilton Guedes, gerente de Vigilância Ambiental da SMS.

Imóveis Fechados – A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) ingressou nesta terça-feira (15), na Justiça, com uma solicitação de ação cautelar que permita a entrada de agentes de saúde em imóveis fechados, abandonados ou em casos em que os profissionais forem barrados pelo morador. A ação tem como objetivo garantir o acesso ao maior número possível de imóveis, onde serão realizadas medidas de combate e prevenção ao mosquito Aedes aegypti.

Terrenos baldios – Devido à questão urgente de saúde pública, a Autarquia Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) tem buscado maior celeridade na notificação e aplicação de multas em caso de terrenos baldios sem cuidados. Quando comprovado que o local é foco de criação do mosquito, o órgão realiza a limpeza imediata do local, enviando a conta para o dono do terreno.