Romaria da Penha reúne 300 mil fiéis em celebração da fé na Capital

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Gratidão e esperança. Esses foram os sentimentos que tomaram conta dos fieis que fizeram parte da Romaria da Penha. Durante os 14 quilômetros de percurso as pessoas exibiam com orgulho os troféus das suas graças alcançadas: réplicas de casas, crianças de colo, motocicletas. Havia ainda os que estavam descalços ou simplesmente caminhando e entoando cantos em louvor à santa, uma verdadeira lição de fé.

Um desses fiéis, que foi agradecer ás graças alcançadas, foi o prefeito de João Pessoa, Luciano Agra. “É hora de agradecer. Como cidadão estou agradecendo tudo conseguido, a força de Deus que nos mantêm. Como gestor, estou aqui porque esse é o tipo de evento que a PMJP esta presente para prestar serviços com vários órgãos. Ao mesmo tempo é uma felicidade, pois esse ano coincidiu da procissão ser no dia do meu aniversário, me sinto duplamente abençoado”, disse.

Na benção antes da saída da Romaria, que começa na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes e vai até o Santuário de Nossa Senhora da Penha, o arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, disse que a romaria também é um modo de pedir mais respeito, dignidade. “Queremos erradicar o desrespeito pela vida e pedir mais trabalho, mais saúde, mais respeito. Eu mesmo fiz uma promessa para Nossa Senhora, para ser curado de uma doença muito severa e eu consegui a graça”, comentou.

Segundo o Coronel Castro, comandante da Companhia de Policiamento Regional Metropolitano (CPRM), pelo menos 300 mil pessoas estiveram reunidas durante a romaria. Carlos Roberto Santiago foi uma dessas 300 mil pessoas. Pelo terceiro ano consecutivo ele agradece uma graça alcançada. “Eu agradeço pela minha moto, porque se não fosse essa moto, não teria emprego, porque hoje trabalho como motoqueiro em uma escola particular”, disse.

Em quatro anos César dos Santos conseguiu alcançar duas graças diferentes. Desta vez ele estava segurando a réplica da sua casa, da casa própria, o símbolo do fim do aluguel. “Consegui minha casa e creio que se não fosse a promessa, não conseguiria só com o meu trabalho”, disse o homem de 32 anos.

Deise de Lima era uma das muitas mães que estavam com um filho pequeno, agradecendo por sua saúde. “Minha filha tem três anos e nasceu com problemas de saúde. Prometi que se ela fosse curada, se vivesse, durante cinco anos eu estaria aqui, nesta procissão e distribuiria dois mil santinhos. Já estou no segundo ano e já distribui mil santinhos, mas acho que continuarei a participar, mesmo depois da promessa paga, porque é muito bom estar por aqui”, disse.

A freira Irmã Carmem, acompanhada do Irmão Erick Queiroz, estava na romaria, alimentando sua fé, mas também vendendo terços, para ajudar a comunidade da qual fazem parte, a “Casa da Paz Maria de Nazaré”. “Essa é uma demonstração de fé em primeiro lugar”, comentou a religiosa. “São pessoas convictas de sua fé, que procuram por um sacrifício para demonstrá-la, para demonstrar sua gratidão”, disse o irmão Erick Queiroz.

Apoio – A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) realizou um esquema de trabalho antes, durante e após a procissão para dar maior comodidade aos romeiros. Um esquema especial foi montado pela Superintendência de Transportes e Trânsito (STTrans)  que designou 86 servidores entre agentes de trânsito, fiscais de transportes e pessoal de apoio para dar suporte ao evento e segurança aos fiéis que irão acompanhar o cortejo. Além disso, o órgão solicitou às empresas de transportes coletivos da Capital um reforço das linhas de ônibus.

A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), executou serviços nas principais vias que compõem os 14 quilômetros do percurso da Romaria. Foi executada a recuperação do pavimento, recuperação e desobstrução de galerias, revisão da iluminação pública ornamental e convencional, além de terraplenagem nas ruas secundárias. Emlur também realiza serviços de varrição, roço, capinação, coleta e pintura de meio-fio dos logradouros que fazem parte do itinerário.

História – A Romaria da Penha acontece todos os anos com uma caminhada de 14 quilômetros que anualmente sai da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, no Centro de João Pessoa, até a Capela de Nossa Senhora da Penha, na Praia da Penha, sempre no último domingo de novembro.

O Santuário da Penha faz parte do roteiro histórico e turístico do litoral paraibano e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), em 26 de agosto de 1980. Este santuário tem sido muito procurado por conta dos milagres atribuídos a Nossa Senhora. A Romaria de Nossa Senhora da Penha tem atraído uma média anual de 250 mil peregrinos e se transformou numa das mais tradicionais da Paraíba.