Secretaria de Saúde instala primeiras armadilhas contra dengue no Bessa
A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) iniciou nesta terça-feira (2) a instalação de 30 armadilhas tipo ovitrampa no bairro do Bessa, zona Norte da Capital. O objetivo é verificar a presença e os focos de Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, no local. A iniciativa é da Gerência de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
“Esta será a primeira de uma série de ações em vários bairros da Capital”, garantiu o gerente de Vigilância Ambiental da SMS, Nilton Guedes. Segundo ele, as armadilhas serão recolhidas a cada sete dias, antes que haja a eclosão das larvas e se complete o ciclo do mosquito (período que dura cerca de 10 dias). “Cada uma das 30 ovitrampas terá duas palhetas de coleta. Se houver ovos em alguma delas, é sinal de que há regiões com foco do mosquito no bairro”, ressaltou.
O agente de Vigilância Ambiental Marcelo Fidelis da Silva é o responsável pela instalação das ovitrampas nestes dois dias da ação no Bessa. Serão 15 casas visitadas nesta terça (2) e outras 15 na quarta-feira (3). As ovitrampas são armadilhas com larvicida que atraem o mosquito da dengue.
Participação popular – Nilton ressaltou que o bairro do Bessa foi escolhido como primeiro local para a instalação das armadilhas por ter muitas construções, estar na divisa entre João Pessoa e Cabedelo e ser uma área de grande rotatividade, devido ao perfil turístico. “Mas não será o único bairro onde faremos esse acompanhamento. Iremos a outras regiões da cidade”, disse.
Para Aliomar Campos, proprietário da primeira residência em que foi instalada uma das ovitrampas, é importante a participação da população no combate à dengue. “Temos de colaborar com o agente ambiental e ajudar na escolha do melhor local para instalar a armadilha, dizendo onde entra água e onde não entra. Só assim tem como saber as áreas onde o mosquito aparece mais”, disse.
A ação – Quinze ovitrampas são instaladas na terça-feira (2) e outras 15 na quarta (3), sendo uma a cada quatro quarteirões. Na semana seguinte, essas armadilhas serão recolhidas por agentes ambientais, para verificação; depois, serão recolocadas nos mesmos locais. Esse procedimento será o mesmo até o recolhimento definitivo das armadilhas, no dia 23 de abril.
Ovitrampa – A ovitrampa é constituída de um pote preto fosco, com capacidade para um litro de água, sem tampa e com uma palheta de madeira compensada, presa verticalmente por um clipe no interior da armadilha. Nesse pote, é colocada água de torneira com larvicida.
As fêmeas do mosquito são atraídas pela cor preta do balde e fazem a oviposição na palheta. Depois da retirada dessas palhetas, os agentes fazem uma contagem do número de ovos. “Esses números ajudam os agentes de saúde a identificar a presença e o nível de infestação do mosquito numa determinada área”, explicou Nilton.
Para ele, a ovitrampa é uma armadilha eficiente e barata, pois mapeia a oviposição e a distribuição espacial de ovos em períodos sazonais. “A instalação dessas armadilhas também possibilita o contato dos técnicos da Vigilância com os moradores e amplia os conhecimentos sobre o mosquito em locais onde a população está sensibilizada para o problema”, disse.
Ciclo – O Aedes aegypti passa por quatro estágios de crescimento: ovo, larva, pupa e mosquito adulto (o período total dura cerca de 10 dias). Os ovos dos mosquitos são depositados normalmente em áreas urbanas, em locais com pequenas quantidades de água limpa, sem a presença de matéria orgânica em decomposição e sais. Em função disso, a água é ácida. Normalmente, as fêmeas do Aedes escolhem locais que estejam sombreados e em zonas residenciais. Por isso, é importante não deixar objetos com água parada dentro de casa ou no quintal. Sem este ambiente favorável, o mosquito não consegue se reproduzir.