Segunda dose da vacina contra HPV já está disponível na Rede Municipal de Saúde

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Rebeka Paiva

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Está na hora das meninas que têm entre 9 e 11 anos retornarem a um posto de vacinação para receber a segunda dose da vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), para as garotas que começaram a tomar a primeira dose ainda neste ano, que segundo o Ministério da Saúde (MS), é o responsável por causar 70% dos casos de câncer de colo de útero e a terceira causa de morte de mulheres no Brasil.

Para estar imunizada, a menina precisa tomar três doses da vacina. Em 2015, a primeira dose começou a ser aplicada no mês de março, a segunda, que está sendo aplicada agora, seis meses após a primeira, e a terceira depois de cinco anos. “A menina só estará protegida quando tomar as três doses, por isso, é importante levar o cartão de vacinação para a anotação de cada dose”, ressalta a chefe de imunização da SMS, Chiara Dantas.

“A vacina é a forma mais eficaz de se prevenir contra a doença, é importante que os pais levem as meninas para serem vacinadas, o que contribui para a redução dos riscos e a diminuição dos números da doença no país”, comenta Chiara.

Dados do Ministério da Saúde indicam que até agosto, 2,5 milhões de meninas de 9 a 11 anos foram vacinadas contra HPV no país. Isso representa 50,4% do público-alvo, formado por 4,9 milhões de meninas nessa faixa-etária. No ano passado, quando a vacina foi disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS), 100% do público estimado foi vacinado com a primeira dose, alcançando 5 milhões de garotas de 11 a 13 anos.

Já no município, em 2014, 17.964 meninas entre 11 e 13 anos tomaram a primeira dose da vacina contra o HPV. Já a segunda dose foi aplicada em 12.373 meninas. Este ano receberam a primeira dose apenas 9.301 garotas, número que corresponde apenas a 55,56% da meta para o município que é de 16.740 crianças com idades entre nove e 11 anos.

A vacina contra HPV está disponível nas unidades de referência espalhadas pela cidade e no Centro Municipal de Imunização. O endereço destas unidades pode ser conferido no link: http://goo.gl/YWEknF. Além disso, a parceria com as escolas continua e a partir do mês de Outubro as crianças poderão ser vacinadas no ambiente escolar.

Esquema vacinal – A vacina contra HPV é indicada para adolescentes de 9 a 13 anos com três doses. Após a primeira dose, a menina deve receber a segunda 6 meses depois, e a terceira, de reforço, 5 anos após a primeira dose. Além do documento de identificação é importante que seja apresentado o cartão de vacinação.

Todas as meninas de 11 a 13 anos que só tomaram a primeira dose no ano passado também devem procurar um posto de saúde para tomar a segunda. Isso também vale para as meninas que tomaram a primeira dose aos 13 anos e já completaram 14 e para aquelas que já tenham passado de um ano da primeira dose. Afinal, a proteção só é garantida com a aplicação das duas doses.

Mulheres – Neste ano, o Ministério da Saúde incluiu no grupo alvo da vacinação as mulheres de 9 a 26 anos que vivem com HIV. Mais suscetível a complicações decorrentes do HPV, esse público tem probabilidade cinco vezes maior de desenvolver câncer no colo do útero do que a população em geral. Com a medida, 33,5 mil mulheres serão beneficiadas pela vacinação. Para este grupo, o esquema vacinal também conta com três doses, mas com intervalos diferentes. A segunda e a terceira doses serão aplicadas dois e seis meses após a primeira. Nesse caso, elas precisarão apresentar a prescrição médica.

Mazinho Gomes Fotografo DRT/RJ 15855

Mazinho Gomes Fotografo DRT/RJ 15855

As mulheres que vivem com o HIV devem ser vacinadas no Centro de Referência em Imunobiologicos Especiais (CRIE). O Centro está localizado no Complexo de Pediatria Arlinda Marques, localizado na Rua Alberto de Brito S/N, Jaguaribe.

A vacina – Desde março de 2014, o SUS oferece a vacina quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia em quem segue corretamente o esquema vacinal. Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero em todo mundo e os subtipos 6 e 11 por 90% das verrugas na anogenitais.

Ela tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus. Hoje, a vacina é licenciada em mais de 130 países e é utilizada como estratégia de saúde pública em mais de 60 países, por meio de programas nacionais de imunização. Estimativas indicam que, até 2013, foram distribuídas cerca de 200 milhões de doses da vacina em todo o mundo. A sua segurança é reforçada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Câncer do colo do útero – O câncer do colo do útero é o terceiro tipo que mais mata mulheres no Brasil, atrás apenas do de mama e de brônquios e pulmões. O número de mortes por câncer do colo do útero no país aumentou 28,6% em 10 anos, passando de 4.091 óbitos, em 2002, para 5.264, em 2012, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Tomar a vacina na adolescência é o primeiro de uma série de cuidados que a mulher deve adotar para a prevenção do HPV e do câncer do colo do útero. Portanto, a imunização não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos.

O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18, que são de alto risco para o desenvolvimento câncer do colo do útero. Estudos apontam que 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos.