Serviço da PMJP transforma vidas de 500 crianças com deficiência

Por Thadeu Rodrigues - em 1532

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O Centro de Referência Municipal de Inclusão da Pessoa com Deficiência (CRMIPD) atende 500 crianças e transforma suas vidas e as de suas famílias a partir de atividades que propiciam a inclusão na sociedade. As crianças têm acesso a consultas médicas, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, arte terapia, musicoterapia, libras e Educação Física adaptada.

Gabriel Costa, de oito anos, é autista, mas isto não representa uma limitação na vida dele. Há dois anos sendo atendido no CRPD, ele diz que gosta de se divertir no local. “Gosto de brincar de pula-pula, massa de modelar, brinquedos. Gosto de gastar energia”, diz sorrindo. Gabriel cursa o segundo ano do Ensino Fundamental em uma escola municipal e é acompanhado na sala por um cuidador.

A mãe do garoto, Fabrícia Costa, diz que ele teve uma grande melhora desde que começou a ter acompanhamento no Centro nas áreas de psicopedagogia, fonoaudiologia e fisioterapia.

“Ele caia muito devido a uma certa incapacidade motora e era introspectivo. Hoje eu sinto que meu filho está incluído na sociedade. Apesar de ser agitado, ele melhorou os relacionamentos, tem amigos e faz atividades como judô e futebol”, conta a mãe.

A terapeuta educacional, Eveline Cavalcanti, uma das profissionais que acompanha Gabriel, explica que os casos de autismo são frequentes no Centro, e que é preciso tratar de cada criança de uma maneira muito pessoal. “Atendemos crianças com Síndrome de Down, autismo ou deficiência intelectual, mas cada um tem sua particularidade, e o tratamento é feito de maneira individual, apesar de que há atividades em grupo”.

Ingresso – O Centro de Referência da Pessoa com Deficiência (CRPD) é regido por três secretarias: Saúde (SMS), Desenvolvimento Social (Sedes) e Educação (Sedec). A coordenadora de Saúde, Nadja Marques, explica que o acesso ao Centro ocorre por demanda espontânea ou por recomendação de escolas, unidade de saúde da família ou de civis.

Antes do atendimento, é feita uma triagem para definir os procedimentos indicados para cada criança. No momento da triagem, o responsável pela criança deve estar de posse do cartão do SUS da criança, laudo médico indicando a deficiência e comprovante de residência em João Pessoa.

“A triagem envolve todos os profissionais, e cada um deles coloca em seu laudo se a criança precisa do atendimento. Por exemplo, o fisioterapeuta avalia se há deficiência motora e informa se a criança precisa deste tipo de atendimento”, explica Nadja Marques. A equipe multiprofissional inclui 44 pessoas.

Frequência – Os atendimentos no CRPD são semanais. Segundo a coordenadora de Saúde, isto ocorre para facilitar o acesso das crianças e seus familiares. “Quando a criança chega, ela recebe todos os atendimentos num dia só. Isto evita que os deslocamentos sejam contínuos, tanto por uma questão de mobilidade, quanto financeira”, conta Nadja Marques.

Quando yuri Ramos, de 15 anos, vai ao CRPD, recebe atendimento de fisioterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia e terapia ocupacional, numa única tarde. Yuri sofreu uma queda aos nove meses de idade, o que gerou um coágulo na cabeça, trazendo muitas consequências ao seu desenvolvimento.

O pai dele, Severino Ramos afirma que ele não desenvolveu a capacidade de falar, mas desde que ingressou no Centro, há três anos, houve melhora na sua comunicação com as pessoas e na locomoção motora.

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“Mesmo sem falar, meu filho cursa o terceiro ano em uma escola do Município e tudo está dando certo. Ele fica feliz só em vestir o fardamento. O ônibus da Prefeitura o busca em casa e lá na escola há um cuidador para ele. Ele também não sabe libras, mas consegue interagir com as pessoas, com mímicas e sinais. O atendimento aqui no Centro ajudou muito na nossa vida”, conta Severino Ramos.

Brasil Alfabetizado – O CRPD implantou o programa Brasil Alfabetizado, que beneficia jovens e adultos que não concluíram ou não cursaram o Ensino Básico. Conforme Nadja Marques, o motivo foi a falta de escolaridade de alguns dos usuários do Centro.

“Nós elencamos os casos de quem estava fora da escola. Algumas crianças não tiveram boas experiências e os pais os tiraram da instituição de ensino. Outras nunca tinham estudado e nós aconselhamos a matricularem. Então, implantamos o programa para quem estava sem acesso à educação”, explica a coordenadora. São 20 alunos do programa no Centro, sendo duas mães que, ao verem os filhos aprendendo, quiseram participar também.

O CRMIPD está localizado na Av. Otto Feio da Silveira, 161, Pedro Gondim e funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, sendo a sexta-feira o dia em que são feitas as triagens dos usuários.